ATA DA QUADRAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 18-6-2003.

 

 


Aos dezoito dias do mês de junho de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Margarete Moraes, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Zé Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quadragésima Quinta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Resolução n° 056/03 (Processo n° 2905/03); pelo Vereador Beto Moesch, o Pedido de Providências n° 894/03 (Processo n° 2932/03) e o Pedido de Informações n° 115/03 (Processo n° 3071/03); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Pedidos de Providências n°s 921, 922, 923, 924, 925, 926, 955, 956, 957 e 958/03 (Processos n°s 2966, 2967, 2968, 2969, 2970, 2972, 3036, 3037, 3038 e 3039/03, respectivamente); pelo Vereador Cassiá Carpes, o Pedido de Providências n° 941/03 (Processo n° 3004/03); pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei do Legislativo n° 134/03 (Processo n° 2723/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências n°s 960, 961, 962, 963, 964 e 965/03 (Processos n°s 3041, 3042, 3043, 3044, 3046 e 3047/03, respectivamente) e os Projetos de Lei do Legislativo n°s 142 e 144/03 (Processos n°s 2876 e 2891/03, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei do Legislativo n° 141/03 (Processo n° 2874/03); pelo Vereador Wilton Araújo, o Pedido de Informações n° 113/03 (Processo n° 2971/03) e o Projeto de Lei do Legislativo n° 129/03 (Processo n° 2697/03). Também, foi apregoado o Ofício nº 348/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/02 (Processo nº 2689/02). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 222/02 (Processo nº 3439/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios n°s 220, 221, 250 e 280/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 009/03, do Vereador Marcelo Danéris, Presidente da Comissão Especial para o Estudo do Combate à Fome e Segurança Alimentar. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 5ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo n° 020/03, que foi discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Carlos Alberto Garcia, Sebastião Melo, Maria Celeste, Elias Vidal e Marcelo Danéris. Na oportunidade, o Senhor Presidente comunicou que o Vereador Sebastião Melo representará externamente este Legislativo na Sessão Solene destinada à entrega da Comenda do Mérito Judiciário Militar do Estado e do Colar do Mérito Judiciário das Justiças Militares Estaduais, a realizar-se hoje, às dezesseis horas e trinta minutos, no Plenário do Tribunal Militar do Estado do Rio Grande do Sul. Também, o Senhor Presidente comunicou que a Vereadora Margarete Moraes viajará a São Paulo - SP, a fim de participar de reunião do Partido dos Trabalhadores a ser realizada nos dias vinte e três e vinte e quatro de junho do corrente. Na ocasião, o Vereador João Carlos Nedel formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando a utilização do Tempo Especial previsto no artigo 94, § 1°, “f”, do Regimento, tendo o Vereador João Carlos Nedel manifestado-se a respeito. Às quinze horas e vinte minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e um minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Carlos Nedel, exibindo fotografias que retratam a situação vivida por moradores da Vila Divinéia, denunciou a ocorrência de desabamento de casas e perdas materiais, os quais, segundo Sua Excelência, são decorrentes do alto índice pluviométrico registrado nesta época e da carência de infraestrutura na região. Nesse sentido, instou por providências que solucionem a situação de forma urgente. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/03, discutido pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/03, discutido pelos Vereadores Luiz Braz e Elói Guimarães, o Projeto de Lei do Executivo nº 022/03, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 136/03, 124/03, este discutido pelo Vereador Zé Valdir, e 125/03, discutido pelos Vereadores Zé Valdir e Elias Vidal; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 126/03, discutido pela Vereadora Maria Celeste, 127, 128, 131 e 135/03; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 092/03, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 045/03. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Carlos Eduardo de Campos Vieira, Secretário do Planejamento Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes questionou os critérios adotados pelo Departamento Municipal de Habitação para a distribuição de moradias, citando a existência de tratamento diferenciado, por parte desse Departamento, em relação a entidades que possuam representação junto ao Programa de Orçamento Participativo. Nesse sentido, citou como exemplo a Associação do Casarão da CEEE, afirmando que a mesma possui representantes ligados a esse Programa. O Vereador Isaac Ainhorn criticou as ações do Executivo Municipal, exigindo providências relativas ao problema da destinação final do lixo hospitalar gerado na Capital. Com relação ao assunto, mencionou estar o Departamento Municipal de Limpeza Urbana transportando esse tipo de material para a localidade identificada como Aterro Santa Tecla, em Gravataí – RS, mesmo havendo autorização oficial apenas para o depósito de lixo não-contaminado nesse local. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nºs 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27 e 28, de autoria do Vereador Nereu D'Avila, ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo reportou-se à utilização, pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU, do Aterro Santa Tecla para o depósito de lixo hospitalar de Porto Alegre, considerando esse procedimento atentatório ao meio ambiente. Também, lembrou existirem representações de Sua Excelência e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler - FEPAM, junto ao Ministério Público Estadual. O Vereador Raul Carrion registrou os vinte e cinco anos de existência da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - ADUFRGS, enfocando a luta dessa entidade em defesa do ensino público e da soberania nacional. Ainda, comunicou a abertura, hoje, no Mercado Público de Porto Alegre, da Primeira Semana Municipal de Capoeira e a realização do Primeiro Congresso Estadual de Capoeira, no dia vinte e um de junho do corrente, na Usina do Gasômetro. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nºs 01 e 02, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do B, ao Projeto de Lei do Legislativo n° 240/02 (Processo nº 3741/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Wilton Araújo analisou a situação do recolhimento e destinação do lixo na Cidade, ressaltando a preocupação de Sua Excelência com a questão ecológica e de saúde pública envolvidas nessas atividades. Relativamente ao assunto, questionou o gerenciamento dos recursos municipais arrecadados pela taxa de coleta de lixo e o depósito de resíduos hospitalares em aterros sanitários. O Vereador Darci Campani, lembrando ter dirigido o Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU, replicou as críticas feitas ao gerenciamento dado à questão do lixo no Município e afirmou que a destinação dos resíduos hospitalares é tema de debates não-conclusivos em todo o Brasil. Também, manifestou-se com referência aos desdobramentos de ação judicial impetrada pelo Ministério Público, para investigar denúncias de irregularidades no DMLU. Na oportunidade, o Vereador Dr. Goulart formulou Requerimento verbal, solicitando providências da Mesa Diretora quanto ao paradeiro de resposta a Ofício encaminhado pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente para a Procuradoria-Geral do Município, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Também, o Vereador Cláudio Sebenelo formulou Requerimento verbal, solicitando providências da Mesa Diretora no que tange à ausência de resposta à solicitação feita pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, no sentido de obter cópias de planilhas cirúrgicas e da descrição de atos cirúrgicos realizados no Hospital Presidente Vargas no período de vinte e seis a trinta e um de maio do corrente, tendo o Senhor Presidente determinado que tal Requerimento fosse formalizado por escrito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol referiu-se às comparações que têm sido feitas, por Parlamentares desta Casa, entre os Governos do Senhor Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva como Presidentes da República. Ainda, justificou a relevância da discussão, neste Legislativo, de temas de nível nacional, aliados aos debates dos assuntos de âmbito local que afetam a municipalidade. O Vereador Cláudio Sebenelo protestou contra o tratamento dado pelo Executivo Municipal à questão dos alagamentos verificados na Cidade por ocasião de chuvas intensas, opinando que o Partido dos Trabalhadores não tem dado a devida importância ao problema. Nesse contexto, declarou que a Lei Municipal nº 8291/99, que obriga a sinalização de rotas alternativas para vias alagadas, não está sendo cumprida. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e cinqüenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e três minutos, constatada a existência de quórum e, após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por dezenove votos SIM, quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Wilton Araújo, Reginaldo Pujol, Carlos Alberto Garcia, Raul Carrion, Isaac Ainhorn e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Zé Valdir, Não os Vereadores Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, Luiz Braz e Wilton Araújo, tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal e tendo o Vereador Wilton Araújo manifestado-se a respeito da matéria. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Marcelo Danéris, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para o § 1º da Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 079/02 (Processo nº 3685/02). Na oportunidade, o Vereador Wilton Araújo formulou Requerimento verbal, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02 (Processo nº 3685/02). A seguir, foi rejeitado Requerimento de autoria do Vereador Haroldo de Souza, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02 (Processo nº 3685/02), por sete votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Wilton Araújo e Pedro Américo Leal, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani, Dr. Goulart, Ervino Besson, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Na oportunidade, o Vereador Beto Moesch registrou sua intenção em votar contrariamente ao Requerimento de autoria do Vereador Haroldo de Souza, o qual solicitava o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02 (Processo nº 3685/02). Também, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 079/02 (Processo nº 3685/02). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 079/02, o qual foi discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Luiz Braz, Sebastião Melo, Elói Guimarães e Cláudio Sebenelo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 079/02, os Vereadores Ervino Besson e Dr. Goulart cederam seus tempos de discussão, respectivamente aos Vereadores Sebastião Melo e Wilton Araújo. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Sebastião Melo, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em Votação, esteve Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 079/02 (Processo nº 3685/02), o qual foi encaminhado à votação pelo Autor. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nºs 29 e 30, de autoria do Vereador Raul Carrion, ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/02 (Processo nº 2717/02). Após, foi votada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, a qual obteve treze votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir e Não o Vereador Carlos Alberto Garcia, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, face à inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, o Vereador Juarez Pinheiro manifestou-se sobre os trabalhos da presente Sessão. Às dezoito horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães e Maria Celeste e secretariados pelos Vereadores Maria Celeste e João Carlos Nedel, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

5.ª SESSÃO

 

PROC. 2717/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/03, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2004 e dá outras providências. Com Emendas n.os 01 a 15.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver.ª Maria Celeste, na presidência dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras, nós adentramos, nesta Sessão de quarta-feira, no quinto dia de discussão preliminar de Pauta, avaliando a Lei de Diretrizes Orçamentárias de Porto Alegre para o ano de 2004. Várias intervenções, formuladas pelas diversas Bancadas, já abordaram diversos ângulos da proposta encaminhada pelo Poder Executivo. Considerando a pauta extensa que temos hoje, com Projetos de grande envergadura para a Cidade, não utilizarei os dez minutos para que os aproveitemos depois, quando da discussão de Projetos, como já disse, de vital importância para a população, especialmente de baixa renda, de nossa Cidade. Quero apenas, quando, pela primeira vez em quinze anos de Administração Popular, temos uma previsão de déficit para 2004, em torno de 65 milhões de reais, dizer que, sendo o ente Município aquele de menor expressão no bolo orçamentário nacional, e sendo a União o ente que prevalece, que tem hegemonia, que detém mais de 60% do bolo tributário, não existirá solução para os Municípios brasileiros se não tivermos uma reforma profunda nas estruturas, nas entranhas do Estado Brasileiro. Não é possível que aquele ente que, ao fim e ao cabo, tem as maiores tarefas no atendimento à população de suas cidades seja o ente que tenha a menor faixa no bolo tributário nacional.

E não há também, Ver. Dr. Goulart, como discutirmos Orçamento pensando e vendo apenas o Orçamento do Município, porque a questão econômica, o modelo econômico preside de forma fundamental a arrecadação de tributos para que os serviços, ao encargo do Estado - lato sensu: União, Estados e Municípios -, possam ser prestados à população.

Nós tivemos, a partir do Consenso de Washington, realizado em 1989, por conta e organização do Banco Central Americano, a estruturação de um modelo que, baseado na questão da estabilidade da moeda, da abertura das fronteiras e das privatizações irresponsáveis, que foram, de todo, assumidas pelo Plano Real, uma desconstituição do Estado Brasileiro como um todo, sendo que a Nação teve as “suas veias cortadas”, teve “o suor e sangue de sua população canalizados”, todos, para o pagamento do serviço da dívida, uma dívida absolutamente injusta, fazendo com que o Estado ficasse cada vez menor e sem prestar os serviços a que a população constitucionalmente tem direito.

Nós, hoje, gastamos, do Orçamento do País, mais da metade do que se arrecada para o pagamento de serviço da dívida. Como conseqüência, houve uma diminuição na estrutura econômica do País porque diminuiu a arrecadação, porque houve uma involução com o modelo econômico implantado, fazendo com que o crescimento praticamente inexistisse, com índices absolutamente pífios, que não abrigavam a população de jovens que ingressavam no mercado de trabalho e não propiciavam também a que os setores econômicos pudessem desenvolver uma economia que beneficiasse a população. Como conseqüência, houve uma diminuição, com o modelo de abertura de mercados e privatização, porque a privatização abarcou, Ver. Ervino Besson, apenas a área de serviços, não gerando divisas na Balança Comercial. E, ao fim de cada mês, tínhamos cada vez mais déficit, e, para cobrir isso, tinham que ser feitos novos empréstimos para pagar dívidas velhas, novas dívidas para pagar dívidas velhas.

Isso, logicamente, abateu-se sobre os Municípios porque diminuíram os repasses que eram efetuados pela União aos Estados e aos Municípios. Porto Alegre, apesar dessa onda neoliberal, conseguiu ser uma das únicas seis cidades deste País que hoje têm condição – Porto Alegre continua tendo - de receber empréstimos internacionais para construir as suas grandes obras, como é o caso da recém-inaugurada III Perimetral. Portanto, quando, no Congresso Nacional, os nossos representantes maiores, seja no Senado ou na Câmara Federal, debatem as reformas estruturantes para este País, os Municípios precisam se unir no sentido de que a Federação os olhe com a responsabilidade que precisam ter, sob o ponto de vista de que são os Municípios aqueles que mais diretamente atendem aos anseios da população, principalmente da população de baixa renda. O déficit colocado, Ver.ª Margarete Moraes, da proposta de Diretrizes Orçamentárias, de 65 milhões de reais, pode ser recuperado, pois uma peça orçamentária não é algo cristalizado, o que há é uma previsão. Mas nós temos certeza de que, com as medidas tomadas - por exemplo, a relação do Município com o Governo Federal através do Ministério da Saúde, evitando que o Município tenha que sangrar os seus cofres gastando mais de 20% para cobrir o teto que não vem em relação às despesas de AIHs e atendimentos ambulatoriais -, talvez nós possamos desonerar um pouco o Município, para que, com isso, venhamos a diminuir o déficit previsto de 65 milhões de reais. De qualquer forma, Porto Alegre é administrada com responsabilidade fiscal, Ver. Sebastião Melo, o que é diferente do que o que V. Ex.ª diz quando fala que é um modelo fiscalista. Eu me surpreendo muito com isso, porque V. Ex.ª, quando fala nisso, não lembra que o seu Governo foi o que mais financiou os banqueiros em nível nacional. E aí vai o PROER, etc., etc., etc., pasta cor-de-rosa, etc., etc., etc., que mostram o tipo de modelo. O que eu quero, Ver. Sebastião Melo, não é polemizar sob o ponto de vista partidário e atribuir responsabilidades a “a”, “b” ou “c”. O Consenso de Washington, que foi imposto ao Brasil e à América Latina, foi a grande causa estruturante dos problemas da população do País e de todo o continente latino-americano. Não é possível que venhamos a discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias sem que venhamos a pensar na Federação como um ente totalizante que inclui a União, os Estados e os Municípios. É difícil encontrarmos, Ver. Pedro Américo Leal, um Município que tenha, por exemplo, aumentado os serviços de saúde - falo em números quantitativos - de doze para cento e quarenta e quatro, que tenha aumentado de vinte e nove escolas de Ensino Fundamental para noventa e duas, que tenha feito 420km de pavimentação e que tenha dado mais de 294% de reposição salarial para os seus servidores. Apenas um Município, mesmo nessa conjuntura completamente desfavorável, que tenha sido administrado com responsabilidade, com equilíbrio, que tenha ouvido a população, poderia ter esses parâmetros de qualidade que hoje Porto Alegre ostenta. O Ver. Dr. Goulart reclama, vez por outra, da saúde. Agora pergunto, Ver. Dr. Goulart: qual o Município que investiu mais que 20% da sua arrecadação em saúde? Nenhum Município neste País! Mas, logicamente, nós temos sempre que buscar o melhor, e a contribuição que o Ver. Dr. Goulart nos dá com sua experiência na área de saúde é muito bem-vinda pelo nosso Governo. Nós a recebemos, a acolhemos, e contribuições no sentido de melhorar a vida da população, independentemente de quem esteja no Governo, são importantes quando discutimos a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Agora, dizer que o Governo é fiscalista, esquecer-se de olhar para o Estado, para a União é uma discussão, não digo de qualidade inferior, mas com uma visão míope que não faz uma análise aprofundada do que é uma Peça Orçamentária, porque ela não é estanque, ela está conectada com a Peça Orçamentária do Estado e da União. É um grande debate!

Com relação ao déficit, Ver. Pedro Américo Leal, previsto na LDO para 2004, de 65 milhões de reais, acredito que, se houver esforço do Poder Executivo e do Poder Legislativo, poderemos fazer com que essa previsão desapareça e que o Município de Porto Alegre permaneça como sempre foi: um Município saudável, eficiente e que atende aos anseios da maioria da população, principalmente a de baixa renda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Presidente, prezados Vereadores, prezadas Vereadoras, ontem, tivemos, aqui na Câmara, a primeira Audiência Pública da CEFOR, e o Secretário André Passos colocou a preocupação de que para 2004 está prevista uma receita de 1 bilhão 871 milhões de reais e há uma possibilidade de despesa de 1 bilhão 937 milhões de reais, com uma possibilidade de déficit de 65 milhões de reais. Mas isso é estimativa, é o que coloca na LDO. Particularmente, acreditamos que, com essas medidas já tomadas pelo Prefeito, isso não deve ocorrer.

Eu gostaria de levantar alguns aspectos relativos à questão das metas que nós julgamos importantes. Fiz questão aqui de elencar algumas metas importantes previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2004 para o Município, que terá essa receita de 1 bilhão 871 milhões de reais. Uma delas é reduzir o tempo de espera, que hoje é uma angústia para os usuários da saúde, e estabelecer o critério de prioridades, com tempos coerentes em cada área. Sabemos que hoje um dos grandes problemas da saúde é conseguir uma consulta. Quando conseguem, ficam horas e horas. Inclusive hoje é comum – Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª sabe - as pessoas irem mais cedo para os postos e venderem os seus lugares para outros. Isso nós não podemos conceber. Também a questão de qualificar o atendimento em traumato-ortopedia, urologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular, proctologia e neurologia. Sabemos que tem de ser ampliado, com inclusão de oftalmologia, que não foi colocada nas metas do Governo. Sabemos que muitas pessoas levam quase um ano para conseguir uma ficha com o oftalmologista. E no caso de pessoas que sofrem de glaucoma, se não tiverem esse atendimento, muitas poderão ficar cegas para sempre. Então é importante essa qualificação.

Também não foi colocada nas metas, mas nós queremos fazer essa discussão sobre a questão do Hospital do Pronto Socorro da Zona Sul, que é o Hospital Parque Belém. Entendemos que aquela região merece um atendimento especializado, diferenciado. Imaginem, os senhores e as senhoras, quem mora em Belém Velho, na Restinga, tem que se deslocar, de madrugada, até o Hospital de Pronto Socorro. Então entendemos que temos que fazer essa discussão, que o Hospital do Parque Belém, já foi aperfeiçoado, tem que receber mais subsídios para que realmente aquela localidade, que hoje contempla mais de cento e cinqüenta mil pessoas, moradores da Zona Sul de Porto Alegre, possa dar esse atendimento.

Vamos fazer algumas análises em cima da área educacional. Foi colocada a priorização da exclusão social e escolar visando ao atendimento de crianças e adolescentes em situação de exclusão. Acho que esse é o grande desafio, não só de Porto Alegre, esse deveria ser o grande desafio, hoje, do Brasil. Cada vez mais, sabemos que aumenta o número de crianças na rua. Se verificarmos as nossas sinaleiras, aqui, em quase todas elas há crianças pedindo esmolas. Fala-se tanto que lugar de criança é na escola, então que se criem políticas públicas para que essas crianças possam ir à escola, sim, mas, ao mesmo tempo, sabemos que essa criança, para ir à escola, dentro da sua estrutura familiar, precisa ter alguns recursos. Temos de saber de que forma o Município vai criar condições para que essa criança possa ter o atendimento escolar e não volte a pedir dinheiro nas esquinas e sinaleiras, mas que, ao mesmo tempo, a sua família possa ser alimentada, já que esse é o grande tema na questão da Fome Zero.       

Um outro problema que queremos discutir, e vamos discutir de forma intensa na área educacional, é a questão das creches. Temos esse problema muito sério, não só em Porto Alegre, mas, volto a dizer, em todo o Brasil, porque hoje as pessoas que trabalham, e são raras as que trabalham porque grande parte, hoje, não tem trabalho, mas aquelas que trabalham não têm onde deixar seus filhos; quando deixam, muitas vezes, e aqui vou usar um termo forte, vemos que algumas creches, ditas como creches, na realidade não são creches, são depósitos de crianças: alguém fica cuidando delas, mas não têm um atendimento adequado. Isso é uma obrigação social em poder do Governo Municipal e do órgão público. A LDB, Lei de Diretrizes e Bases, é muito clara: diz que o ensino de zero a seis anos é função do Município; então, se é função do Município, a questão das creches tem que ser melhor e mais discutida em nosso Município.

Um outro problema que também está previsto aqui, e nós falamos tanto na questão do MOVA, o Movimento de Alfabetização de Adultos, mas nós queremos reduzir o analfabetismo; lembro-me que, em 1997, falávamos da redução, que em quatro ou cinco anos não haveria mais analfabetismo em Porto Alegre. Diminuiu sim, de 5% para 3,61%, mas é muito pouco. Então, nós temos que incentivar, buscar que mais pessoas possam freqüentar esses movimentos de alfabetização de adultos, para tentar diminuir, já que também existe o movimento nacional contra a questão do analfabetismo.

Um outro detalhe: assegurar o uso dos espaços de esporte pela comunidade do entorno das escolas, facilitando a formação de associações. É importante, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, lembrar que, no ano de 2000, nós apresentamos uma Emenda nesta Casa, fazendo com que as escolas municipais permanecessem abertas aos finais de semana. Estamos vendo que pouquíssimas são as escolas que implantaram esse sistema. Inclusive, agora, no Governo Estadual, está sendo feito um grande alardeamento de que as escolas estaduais iriam permanecer abertas. São cinqüenta escolas. Mas entendemos qual é o grande contraste hoje no nosso Município, aquelas pessoas que conhecem as escolas municipais, são escolas muito boas e bonitas, mas sabemos também que grande parte das habitações ao lado dessas escolas são habitações simples. No entorno, as crianças não têm parques, não têm praças, não têm quadras de esportes. E eu questiono: por que não utilizar esses espaços públicos na escola? Já que nós, o PSB, ao mesmo estilo do PT, defendemos o Orçamento Participativo, nós queremos que essas comunidades se apropriem dessas escolas, para lá fazer, nos seus finais de semana, o seu local de lazer e recreação. Temos a certeza de que a comunidade vai cuidar e zelar muito bem.

Quanto à questão da área de transporte do nosso Município, nós precisamos, cada vez mais, e está previsto como meta, ampliar os transportes coletivos para as pessoas portadoras de necessidades especiais.

Quanto à questão da 3.ª Perimetral, eu quero fazer um capítulo à parte, porque está tramitando um Projeto de minha autoria, aqui na Casa, que prevê que a 3.ª Perimetral, aos domingos e feriados, possa ser utilizada como área de lazer e recreação para a população.

Eu volto a dizer: o corredor de ônibus aos domingos e feriados ficaria para lazer e recreação da população ao longo de seus 12km. E é importante salientar, também, que, ao longo desses 12km, estão mais de vinte bairros.

Eu acho importante também é que os novos ônibus do Município de Porto Alegre, que a frota, à medida que vai ser recuperada, nós tenhamos que colocar, com obrigatoriedade, que todos os novos ônibus venham com ar-condicionado, porque a nossa Cidade tem características extremas, ora muito quente, ora muito fria. Não se trata de nenhum conforto, mas de um direito e de uma necessidade de todo o usuário. Portanto, na próxima semana, voltaremos ao assunto, mas hoje fizemos questão de colocar algumas metas importantes, porque 1 bilhão e 800 milhões é o Orçamento do Município, e nós, como Vereadores, temos, juntamente com a população, o direito de zelar e ver de que forma serão aplicados esses recursos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente. Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. Primeiramente, cabe-me cumprimentar o Ver. Carlos Alberto Garcia e dizer-lhe que está vindo para o campo da oposição, já que veio à tribuna fazer críticas e cobranças da Prefeitura. Acho que ele se soma muito bem ao campo da oposição – está na hora de mudar. Quero, Sr. Presidente, nesse espaço em que discutirmos a Lei de Diretrizes Orçamentárias, dedicar-me um pouco a comentar as intervenções urbanas na Cidade, começando pelos alagamentos que vivenciamos historicamente. Ao discutir-se a LDO justamente quando ocorrem os alagamentos, é preciso resgatar algumas questões. Confesso que fiquei muito impressionado com a declaração do Diretor do DEP, dizendo que foi uma surpresa o alagamento da Av. Nilo Peçanha, porque ali as tubulações estão bem, e disse: “A Nilo nunca foi considerada como um dos pontos clássicos de alagamentos.” Ora, vivo em Porto Alegre há vinte e quatro anos e, desde que aqui cheguei, há problemas seriíssimos na Av. Nilo Peçanha, especialmente na Rua Teixeira de Freitas. Essa declaração do Coordenador do DEP não tem absolutamente nenhuma sustentação. Mas vou mais além, há pontos de estrangulamento nesta Cidade que não param por ali, por exemplo: a Av. Jacinto Gomes com a Av. Ipiranga, Ver. Ervino Besson, é outro ponto de estrangulamento; a Av. Goethe e o 4.º Distrito também. E alguém vai vir aqui e dizer: “Agora nós assinamos o contrato para fazer o conduto forçado da Av. Álvaro Dias.” Só que essa obra deveria ter sido feita há quinze anos; e não foi feita. A obra da Av. Nilo Peçanha, Ver. Ervino Besson, deveria ter sido feita há quinze anos, e hoje não tem projeto. Dizem que há um estudo de viabilidade na Caixa Econômica Federal, mas eu quero ver o projeto concreto. Não tem, Ver. Elias Vidal. E as pessoas estão lá, carros acavalados, risco de vida.

Então, quando se discute a LDO, nós temos de separar o joio do trigo. O discurso da Frente Popular é de que há fortes investimentos. Não, há investimentos no asfalto em Porto Alegre. Fizeram a opção, e eu penso que fazer asfalto não é ruim para uma cidade. Mas até os asfaltos desenfreados são fatores também, Ver. Beto Moesch, de alagamento. A infra-estrutura da Cidade não tem tido a atenção da Prefeitura.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, reforçando o discurso de V. Ex.ª, o jornal Correio do Povo de hoje está claro: “Chuva entope as bocas-de-lobo. Mais de trinta funcionários para a limpeza da boca-de-lobo.” Vereador, está-se vendo que é o acúmulo de lixo nas bocas-de-lobo e nas redes que está entupindo, e, por isso, está acontecendo esta barbárie na cidade de Porto Alegre. Uma pergunta que eu faço a V. Ex.ª: será que este Projeto que nós aprovamos aqui nesta Casa para que fosse colocada uma grade nas bocas-de-lobo não resolveria, em parte, este problema? Sou grato a V. Ex.ª.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, em aditamento ao seu pronunciamento, eu queria dizer que eu tive aprovado um Projeto de Lei, hoje é Lei na cidade de Porto Alegre, que em pontos como o da Av. Nilo Peçanha, é obrigatório, uma quadra antes, haver uma placa bem grande informando: “Em caso de alagamento, desvie à direita.” Isso seria para que se tivesse condições de contornar sem passar pela água. E a Prefeitura não cumpre essa Lei, não adianta, porque, se ela cumprir, nos locais onde ocorre este tipo de problema, vai ter de gastar em cento e tantos lugares de Porto Alegre, locais onde este tipo de problema é crônico e insuportavelmente desprezado pela Prefeitura. Muito obrigado.

 

 O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Cláudio Sebenelo, V. Ex.ª, que é um conhecedor da Cidade, muito pontualmente daquela região, veja o seguinte: aí vai vir aqui o Governo e dizer o seguinte: “Olha, nós temos que construir as bacias ou em praças públicas ou em terrenos particulares e, portanto, tem de ter a consulta popular.” Mas a pergunta que se faz, há quinze anos: estão consultando a população e não resolvem? Alguma coisa está errada! Algo está errado, porque alguém vai dizer, nesta tribuna, daqui a pouco: “Nós ainda não fizemos o investimento na Rua Teixeira Mendes, junto com a Av. Nilo Peçanha, porque tem de fazer as bacias e para estas deve haver a consulta popular.” Quinze anos para consultar?

Então, nós achamos que nessa questão das intervenções urbanas, quando se discute a LDO e o Orçamento, nós precisamos, Ver. João Antonio Dib, de uma ação conjunta da oposição. Isso foi feito no ano passado ou retrasado, foi um trabalho liderado pelo conjunto da oposição, que forçou, Ver. Pedro Américo Leal, que se destinassem recursos para o 4.º Distrito. Local esse completamente abandonado, alagado. E nós precisamos fazer audiências públicas, convidar as entidades representativas e precisamos, na Lei do Orçamento, destinar mais recursos, Ver. Elias Vidal, para a questão da infra-estrutura. Porque, se de um lado é importante fazer o asfalto, de outro, não menos importante é a conservação da Cidade. E um dos eixos da conservação, indiscutivelmente, passa por uma profunda renovação nas redes de esgotos pluviais desta Cidade.

Mas eu queria, também, dizer, Ver. Carlos Alberto Garcia, V. Ex.ª falou com muita propriedade. Não basta inaugurar o Pronto Socorro da Zona Sul se não houver verba para custeio, estive lá! Não há verba para custeio! Então, portanto, não basta dizer que tem um espaço de pronto-socorro se não se tem equipamento e não se tem dinheiro para o custeio! E isso nós temos de resolver, porque, senão, fica a inauguração pela inauguração e a Zona Sul continua a descoberto do atendimento emergencial de uma região que é distante do Centro de Porto Alegre.

Sr. Presidente, antes de finalizar, nós estamos fazendo um levantamento, e veja que, no ano de 1999, houve um excesso de arrecadação em torno de 84 milhões em valores, hoje, atualizados; no ano de 2000, de 68 milhões e alguma coisa; e no ano de 2001, de 66 milhões e alguma coisa, Ver. Aldacir Oliboni, que preside a nossa Comissão. Quando o Prefeito faz essa cortina de fumaça, V. Ex.ª sabe o que eu penso disso. O Prefeito criou essa barafunda para atingir três objetivos básicos: para cortar direito dos trabalhadores, o que já fez, tirando o IGP-M. Já passou a tesoura. Era só o que faltava da Prefeitura, que tem o discurso de inclusão social, cortar salário do trabalhador, lanche do trabalhador, Ver. Elias Vidal, pois está cortando. Como se não bastasse isso, esta é a Cidade que, se eu comparar com as capitais brasileiras, mais cobra impostos, porque essa Prefeitura, sim, Ver. Juarez Pinheiro, é muito fiscalista. Onde o PT Governa, o imposto é mais alto, bota a mão no bolso do cidadão e cobra mais. Essa é a grande questão, adora cobrar imposto. O retorno nem sempre é bom. O retorno é bom para a propaganda, aí, não há problema nenhum. O dinheiro é farto para a propaganda. Falta para a saúde, falta para o alimento dos nossos trabalhadores, mas para a propaganda não falta e para a “cecezada” também não falta, não tem problema nenhum.

A terceira questão, que eu quero, aqui, também deixar clara, é que o Prefeito, Ver. Cláudio Sebenelo, quer aumentar, quer criar taxas, quer mudar a Planta de Valores. Poderia vir em uma discussão tranqüila, não fazer a “cantinflagem”, como está fazendo o Secretário da Fazenda. O Secretário da Fazenda e o Secretário André Passos são especialistas, acho que andaram pelo México, com aquele ator mexicano, fazendo aquele filme, porque eles são especialistas em “cantinflagem”. Eles, perguntados sobre uma coisa, respondem sobre outra. Na verdade, as perguntas aqui formuladas, sobre o possível rombo, continuam, até hoje, sem respostas. Não vão respondê-las, sabem por quê? Porque criaram uma cortina de fumaça para tirar proveito dela, para aumentar impostos, para criar taxas, para tirar direitos dos trabalhadores e para criar caixa para a campanha do ano que vem. Mas pode criar caixa que não vai dar certo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, nesta discussão de Pauta Especial quero continuar a minha intervenção da última Sessão, na qual eu fazia uma argumentação em cima das diretrizes apontadas na questão da educação. Quero fazer uma referência especial, um comentário muito especial sobre duas diretrizes, a primeira diz: ampliar o atendimento à educação infantil através da construção de creches, de acordo com as decisões do Orçamento Participativo, estabelecendo para isso parcerias com entidades privadas, com organizações não-governamentais. E a necessidade também da adequação desses espaços das creches comunitárias na cidade de Porto Alegre à nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Em 1998, nós não tínhamos em Porto Alegre nenhuma creche conveniada. Nós sabemos que a demanda na questão da educação infantil está extremamente reprimida, há uma falta muito grande nessa área. A nossa Administração tem feito todo um esforço ao longo desses quinze anos. Em 1998, não havia nenhuma creche conveniada na cidade de Porto Alegre, hoje, no ano de 2003, nós já temos cento e vinte e seis convênios de creches comunitárias, três creches já em construção e mais a proposta de trinta e cinco para o ano que vem. Temos o entendimento da dificuldade da oferta desse serviço, mas também temos a coragem e o entendimento de estar construindo, investindo na área da educação infantil. Atualmente nós temos atendido oito mil e oitocentas crianças; é muito pouco para a cidade de Porto Alegre, com certeza, e a construção dessas trinta e cinco novas creches comunitárias para o ano que vem, certamente irá, de uma certa forma, desafogar toda essa demanda tão reprimida na Cidade.

A segunda diretriz fala exatamente nessa questão da qualificação do atendimento das creches comunitárias, que é uma antiga luta nossa. Nós, como conselheiros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança ao longo dos anos, como participantes de entidade não-governamental, como participantes do Fórum de Entidades da cidade de Porto Alegre há muitos anos lutamos, e a nova LDB vem justamente dizer da necessidade da qualificação profissional, das educadoras, das professoras que trabalham com a educação infantil, não só no Município de Porto Alegre, mas em todo o País. Por conta dessa necessidade especial e dessa proposta importante na nova legislação, Porto Alegre não ficou aquém dessa proposta; Porto Alegre adiantou-se a isso. E, após um longo trabalho, uma longa discussão com o Fórum de Educação da Cidade, com o Fórum de Entidades não-governamentais, com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, conseguiu-se junto a SMED, Secretaria Municipal de Educação, implantar em duas escolas do Município de Ensino Médio o Curso para Educador Popular. Por que a necessidade desse curso? Nós temos em nossas creches na Cidade várias pessoas, mulheres, homens, que não têm a formação teórica, eu diria, para estar trabalhando como educador. Têm a boa vontade, têm a disposição, têm o saber cotidiano, têm o saber diário de como lidar com as crianças e de como trabalhar com elas, mas também é necessário o saber teórico; também é necessária a qualificação desses profissionais. Por conta disso, essa diretriz que nós estamos discutindo hoje fala exatamente disso: da necessidade da qualificação dos profissionais que trabalham nas creches comunitárias. E aí Porto Alegre adiantou-se também, já existem na Cidade dois cursos de formação para Educadores Populares. Um na Escola Municipal Emílio Meyer e outro na Escola Municipal Liberato Salzano, Região Sul e Região Norte da Cidade. Já temos as primeiras Educadoras Populares formadas com essa qualificação importante, porque elas já estão trabalhando também nas creches comunitárias.

Então eu saliento essas duas diretrizes, porque na outra Sessão nós conversamos, debatemos sobre a questão da oferta, da oportunidade de vagas em creches comunitárias. Precisamos ter as vagas, mas precisamos ter o ambiente adequado, o espaço físico adequado e a qualificação profissional dos educadores que estão lá. Porque nós não queremos que as creches comunitárias sejam simplesmente, como eu diria, um depósito das nossas crianças. Não. As creches comunitárias são espaços educativos para as nossas crianças que devem levar em consideração o desenvolvimento peculiar das crianças de zero a seis anos. Por conta da importância dessa questão, nós a queremos referendar no Orçamento e salientar essas duas prioridades.

Queria rapidamente também falar na questão da Assistência Social; há várias prioridades elencadas aqui que nós precisamos manter, referendar, que precisam da nossa atenção especial, como a primeira delas, que fala: (Lê.) “Garantir as medidas de proteção integral para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente.”

Nós temos um programa em Porto Alegre, também em parceria com as entidades não-governamentais, que faz e fala justamente de dar conta desse atendimento, de um atendimento extracurricular, o atendimento de sete a quatorze anos, também com educadores populares, levando em consideração o que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Todos esses programas são trabalhados na Cidade de uma forma muito integrada. E nós precisamos estar aqui fazendo o debate da importância desses Projetos para a cidade de Porto Alegre, e estar priorizando, elencando, nessa nova Lei do Orçamento para o ano que vem, a potencialidade desses Projetos para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, como também os telespectadores que, em suas casas, estão assistindo a esta Sessão pela TV Câmara, canal 16, pela NET, como também os senhores e senhoras que se encontram nas galerias e que nos dão a honra de sua presença. Quando - pelo menos acontece com este Vereador - muitas vezes sentado ali no banco, abaixo, a gente pensa e mentaliza além do que está escrito no papel, o que se vai falar, também muitas vezes a gente vem aqui e não consegue falar exatamente da forma que pensava que iria falar por uma série de fatores. Você, quando está sentado ali, está descontraído, tentando se concentrar, mas de certa forma não está tão preocupado, e estando aqui na tribuna, você está com a televisão na frente e as pessoas estão escutando. Muitas vezes você está fazendo o discurso mentalmente quando está ali sentado, antes de subir à tribuna, e depois as coisas não saem tão bem quanto você gostaria. Eu teria tanta coisa para falar, mas o tempo não permite e até porque existem algumas limitações, para não dizer até várias limitações.

Eu não entendi o discurso do Ver. Carlos Alberto Garcia. Confesso que não entendi. Eu fui o primeiro Vereador da oposição que iniciou a discussão da LDO e que colocou esse assunto das crianças das creches de zero a seis anos. Eu fiquei confuso, depois quero perguntar ao Ver. Carlos Alberto Garcia o que está passando na cabeça dele, porque ele veio aqui e falou tudo aquilo que os outros Vereadores estão falando. No domingo eu visitei várias creches na Zona Norte de Porto Alegre, e eu quero dizer que tenho um profundo respeito pela Bancada da situação, a Bancada petista para mim é composta por pessoas de bem, com as quais tenho um bom relacionamento, e tenho um profundo respeito por todos, mas tenho uma certa dificuldade, pois muitas vezes se percebe que um Vereador da situação se esforça, e como é difícil o indivíduo ter de se esforçar para explicar uma coisa que você tem de engolir, engolir em seco, sem óleo, sem água. É como você comer um feijão com farinha, seco, e você se embucha, você tem que engolir e não tem muita saliva para engolir. Fico até com uma certa pena, porque as pessoas muitas vezes vêm aqui fazer a defesa de algo, quando o discurso é uma coisa e a prática, o que acontece lá fora, é totalmente diferente.

Em relação às creches comunitárias, segundo uma audiência pública, desde 1995, tem-se cento e vinte e seis creches; não foram construídas cento e vinte e seis creches, é bom deixar isso bem claro; foram readaptadas. Há creches que são verdadeiros chiqueiros, não por culpa das pessoas que estão ali, porque as coitadinhas daquelas mães, muitas vezes dentro de uma favela, dentro de uma vila, estão fazendo o melhor, estão fazendo o que podem, estão, muitas vezes, tirando do seu sustento, estão abrindo parte da sua casa, do seu pátio, para abrigar trinta, quarenta ou cinqüenta crianças que vivem em situação de miserabilidade e, de repente, vem um convênio que é para “inglês ver”. Ver. Cláudio Sebenelo, que é médico, é um homem da Saúde: é só para “inglês ver”, porque o que acontece? Acontece que esse convênio que há poucos dias era de dois mil novecentos e alguma coisinha, e que passou para três mil e alguma coisinha, chega em atraso por vários meses, segundo o que ouvi na fonte de uma administradora de uma creche comunitária, na Zona Norte, mais especificamente ali pelo lado da Vila Farrapos, ou seja, que não corresponde esse grito, esse alarido de que cento e vinte e seis creches... Isso não corresponde.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, na cidade de Porto Alegre mais de 70% da assistência pré-escolar é feita por ONGs, organizações não-governamentais, que suprem essa deficiência que a Prefeitura tem com a pré-escola, especialmente porque os 25% com que a Prefeitura entra são casas extremamente superlotadas e desassistidas. Então esse é mais um dos calcanhares-de-Aquiles da parte social do Programa do Partido dos Trabalhadores, pois a criança forma a sua personalidade até os três, quatro anos e depois não muda mais, nessa escala a assistência é lamentável e nós estamos, cada vez mais, enchendo mais as FEBEMs, as prisões, devido a esse tipo de postura. A pré-escola na cidade de Porto Alegre não existe.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Obrigado, Ver. Cláudio Sebenelo, pela participação. Eu tenho vários assuntos para falar, quero falar sobre esporte amador que acho que a LDO tem que contemplar os nossos campinhos de futebol, que é o lazer que muitas vezes o operário tem lá fora; eles não têm goleira, não têm rede, não têm grade, não têm bola, não têm nada; não falei sobre esse assunto. Não falei sobre os pais que têm filhos que usam drogas e que precisam recorrer a algum lugar para socorrerem seus filhos, é mais fácil uma mãe pegar um revólver e matar seu filho do que achar um lugar para salvá-lo... Não falei sobre esse assunto ainda e quero falar.

Eu preciso falar sobre o Projeto Kinder, que é uma instituição que trabalha com portadores de múltiplas deficiências severas, que cuida de aproximadamente duzentas e cinqüenta crianças e que não recebe dinheiro algum, nenhum auxílio, nada da Prefeitura. São campanhas que são feitas, esse dinheiro vem via o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e entrou no mês de fevereiro. Eu estive visitando essa instituição ontem, na Av. Lima e Silva. De uma forma imoral, de uma forma cruel, a Prefeitura está segurando esse dinheiro desde fevereiro. Eu estive ontem na instituição e hoje fui falar com a Secretária da Educação, Ver.ª Sofia Cavedon, entre 8h30min e 9h; ela me ligou por volta de 11h, dizendo que iria ser liberado o dinheiro: 60 mil reais que estavam presos desde fevereiro, dinheiro de uma instituição que faz um trabalho social de uma forma fantástica.

Se os senhores forem na Av. Lima e Silva e visitarem essa instituição, os senhores vão ver que choca constatar o que pessoas estão fazendo com amor, com carinho, com dedicação, doando muito de si, e a Prefeitura não doa nada; zero! E ainda cobra um pedágio de 10% de todo o dinheiro que cai nesse Fundo! Mas até aí não vou discutir, porque esses 10% foram discutidos entre as instituições, para beneficiar as instituições mais pobres. Tudo bem; até aí, tudo bem, mas segurar o dinheiro por três meses e liberar esse dinheiro para uma instituição que gastou, no ano de 2001, em torno de 250 mil e que trata duzentas e cinqüenta crianças, ao passo que a Secretaria de Educação cuida apenas de quinhentas crianças... Enquanto uma instituição filantrópica cuida de duzentas e cinqüenta, o Município cuida de quinhentas, só que eles trabalham lá com 500 e poucos mil reais, e a Prefeitura tem um bilhão, não foi isso? Tomei nota aqui quando o Ver. Carlos Alberto Garcia falou: um bilhão, 871 milhões, se não me falha a memória, foi isso. Será que, com um pouco mais, não poderíamos atender bem melhor e mais essas crianças de zero a seis anos, especialmente os portadores de deficiências múltiplas e severas? Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Comunico que o Ver. Sebastião Melo estará representando a Casa na Sessão Solene de entrega da Comenda do Mérito Judiciário Militar do Estado e do Colar do Mérito Judiciário das Justiças Militares Estaduais às 16h30min.

Comunico também que no dia 23 de junho a Ver.ª Margarete Moraes estará viajando a São Paulo, sem que seja para representar da Câmara; apenas está fazendo a comunicação.

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, hoje ocorre a penúltima Sessão do debate da LDO. Gostaria de fazer o registro de que, na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano, a assistência social ficou em segundo lugar, por intermédio das plenárias do Orçamento Participativo. Isso demonstrou por parte da população de Porto Alegre, que tem participado das plenárias do Orçamento Participativo, uma consciência em relação a um esforço nacional que está sendo feito no combate à fome e tudo o que o combate à fome representa: geração de emprego e renda, atenção em situações de emergência e de urgência e situações de risco nutricional; ou seja, o reflexo no Orçamento Participativo do debate que toma conta do País, em relação ao “Fome Zero”. É que a assistência social que normalmente ficava em quarto ou quinto lugar, desta vez ficou em segundo lugar, só perdendo para a habitação, que historicamente tem sido uma das marcas da política escolhida pela população. Faço esse registro porque parece importante que todo o debate centrado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, por parte da Câmara de Vereadores, deve estar centrado na relação da assistência social, que tomou novo patamar no debate político.

 

O Sr. Renato Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcelo Danéris, só para contribuir com a sua lógica de raciocínio, a disputa que vem-se fazendo no Município de Porto Alegre, na construção das políticas sociais, é de uma concepção da seguridade social. A assistência social, há cinco anos, congregava um conjunto de ações bastante residuais e se desenvolveu, de lá para cá, um conjunto de ações junto à comunidade para se criar uma concepção que articule assistência social à política de saúde, que articule um conjunto de políticas no sentido de tratar de estabelecer uma concepção de seguridade social. E isso teve efeito, tanto que V. Ex.ª disse que a assistência social este ano, na decisão do povo, ficou em segundo lugar.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Obrigado Ver. Renato Guimarães. Eu saliento isso, porque deve estar na nossa pauta, como orientação do debate, a questão da assistência social na Câmara de Vereadores para a votação da LDO. Nós temos de levar em consideração que a ampla maioria da população escolheu a assistência social como uma das suas prioridades, portanto deve ser uma das prioridades aqui da Câmara de Vereadores, quando analisarmos a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Gostaria de deixar um aprofundamento maior desse debate para a próxima Sessão, porque estarei inscrito na segunda-feira. Encerrarei, Sr. Presidente, a minha intervenção, agora, para ajudar nos trabalhos da Câmara de hoje à tarde. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, de acordo com o art. 94, parágrafo 1.º, letra f, solicito Tempo Especial para relatar um caso excepcional de interesse da comunidade da Vila Divinéia, que é importante para essa comunidade, sem dúvida, como irei provar no meu pronunciamento.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. João Carlos Nedel, o Tempo Especial é a juízo do Presidente, e o Presidente não o concede.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu peço vênia a V. Ex.ª, a comunidade está aqui, veio para relatar os fatos graves ocorridos, e V. Ex.ª tem a prova aqui: pessoas, quatro famílias quase morreram ontem, estão há quatro anos pedindo...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, a Presidência não aceitará pressão. V. Ex.ª poderá usar a Liderança do seu Partido. Se não o fizer, lamentavelmente, por mais respeito que eu tenha por essa comunidade, eu não posso dar Tempo Especial. (Tumulto nas galerias.) V. Ex.ª arrumou o que queria, use a Liderança se quiser.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h20min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 15h21min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder, por cedência do Ver. Beto Moesch.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, primeiramente, gostaria de agradecer ao Ver. Beto Moesch que gentilmente cedeu-me o seu tempo, já estava definido em Bancada que ele usaria a Liderança.

A comunidade da Vila Divinéia está em parte aqui presente, porque a outra parte ficou cuidando das suas casas, porque já recomeçou a chuva, para que não sejam levadas.

Aqui está um painel que bem define a situação gravíssima daquela comunidade. Temos mais de onze casas em maior gravidade, que estão localizadas praticamente dentro do arroio que foi canalizado e a remoção dessas famílias foi prometida há quatro anos. Há quatro anos!

Há dois anos estou aqui solicitando essa remoção. Lá está, por exemplo, o Sr. Paulo Flores Rodrigues com sua esposa inválida, com problemas sérios de locomoção, e toda vez que chove são obrigados a saírem correndo de sua casa. (Palmas.)

Os jornais noticiaram: “Casas desabaram no Bairro Bom Jesus.” E estão lá pessoas que tiveram suas casas danificadas, Sr. Haroldo Schimitz, Dona Conceição da Silva, Sr. Jaques Amaral da Rosa, Sr. Ney Conceição, Dona Simone Vieira, Sr. Pires Gonçalves da Silva, afora o Sr. Paulo Rodrigues que está lá e que estamos reclamando aqui há dois anos, o Sr. Paulo aguarda há quatro anos. É caso grave. É caso sério. Não custa muito realocar essas pessoas que moram dentro do arroio. Há muito lixo que é depositado por outras vilas que estão mais acima, e a comunidade da Divinéia sofre dentro do lixo. Entrou água praticamente em vinte casas, cujos moradores tiveram os seus pertences danificados, sua comida foi embora; fora os prejuízos que tiveram.

Então, Srs. Vereadores, o que eu solicito é empenho dos trinta e três Vereadores. Isso não é uma causa minha, não é uma causa lá da Vila Divinéia; é dos trinta e três Vereadores. Nós temos responsabilidade; são vidas que estão em perigo; são situações difíceis; e eu não sei o que há. Não sei porque essa má vontade com relação à Vila Divinéia, que há quatro anos está solicitando providências. Foi solicitado a vários Vereadores, e aqui eu solicito também que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente visite a comunidade, porque as chuvas trazem problemas de meio ambiente, problemas de saúde; ratos invadem a Vila, temos problemas de perigo de doença. E há lixo à vontade. Muito lixo.

Então, Sr. Presidente, é uma questão de solidariedade, uma questão de dignidade do ser humano. Temos que atender essas pessoas; são pessoas humildes, com dificuldades, que não têm recursos para eles mesmos se realocarem. O DEMHAB precisa atuar em cima disso.

Eu solicito a todos os Srs. Vereadores, especialmente à Bancada governista, que interfiram; eu já solicitei ao Ver. Carlos Pestana, que foi Diretor do DEMHAB, apoio para resolver a situação. Pelo que me consta, são vinte e uma casas que estão em área de risco; é só realocar essas vinte e uma casas, são onze que estão em perigo imediato, iminente, sério, as famílias estão correndo risco de vida. As pessoas saíram correndo de suas casas, só tiveram tempo de pegar os seus filhos, porque senão seriam vitimadas. Nós lemos no jornal Zero Hora sobre a enchente na Av. Nilo Peçanha, foi um assunto sério, uma situação até de heroísmo. Mas as pessoas lá estão correndo risco de vida.

Por favor, nós precisamos tomar medidas saneadoras que devolvam a dignidade a essas pessoas lá residentes. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 2405/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 008/03, de autoria do Ver. Luiz Braz, que acrescenta § 6.º ao art. 52, renumerando o atual § 6.° para § 7.º, da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores, que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2527/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 009/03, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera a redação do parágrafo único do art. 9.° da Lei Complementar n.º 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, e do “caput” do art. 2.° da Lei Complementar n.° 361, de 19 de dezembro de 1995, que altera a legislação tributária municipal e dá outras providências.

 

PROC. 2641/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 124/03, de autoria do Ver. Zé Valdir, que torna obrigatória a instalação de guarda-volumes nos estabelecimentos financeiros de Porto Alegre.

 

PROC. 2643/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 125/03, de autoria do Ver. Zé Valdir, que institui o Programa Municipal de Casas-Lar para idosos.

 

PROC. 2807/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 136/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor João Fernandes da Costa.

 

PROC. 2900/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.° 022/03, que revoga a declaração de utilidade pública da União Gaúcha dos Criadores de Rã, estatuída pela Lei n.° 5.928, de 08 de julho de 1987.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. 2653/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 126/03, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Manoel Quadros.

 

PROC. 2664/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 127/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que denomina Praça Carlos Stechman um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2678/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 128/03, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Diretor de Cinema e Televisão Jayme Monjardim.

 

PROC. 2720/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 131/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Praça Sílvio Lunardi Martini - Miudinho - um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Cascata.

 

PROC. 2773/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 135/03, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que denomina Rua Oliveiro Cruz um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 2005/03 - SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui o Programa de Recuperação de Créditos do Município (REFIS) de Porto Alegre/RS ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 092/03, de autoria do Ver. Almerindo Filho.

 

PROC. 2184/03 - SUBSTITUTIVO N.º 01, que concede à Sra. Vera Maria Brusque da Silva o título “Esportista Exemplar” ao PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 045/03, ambos de autoria do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib, rapidamente gostaria de tratar do Projeto de Lei em discussão na Pauta, Projeto de minha autoria que concede o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Manoel Quadros.

O Sr. Manoel Quadros - quero aqui falar um pouco da sua história, porque muitos Vereadores não o conhecem - é uma figura exemplar como militante político do Partido dos Trabalhadores, Ver.ª Margarete Moraes, porque é um homem de setenta e um anos e com toda sua energia, com a sua idade, que com toda a sua garra conduz, de uma forma brilhante, a sua família, a sua comunidade, na Zona Sul onde mora, com a preocupação da conscientização política das pessoas que ali moram, das pessoas que convivem ao seu redor. O Sr. Manoel Quadros, uma figura que pessoalmente marcou muito a minha formação política, um homem de origem muito simples que tem um entendimento profundo da sua comunidade, da sua relação com a comunidade e que vai mais além, que jamais permite que em alguns momentos autoridades ou algumas pessoas que se digam autoridades possam estar tentando usar ou beneficiar a comunidade à qual ele pertence. Um homem de uma consciência, de uma visão política à frente de todos nós, com certeza. Um homem que veio com dezoito anos para Porto Alegre e que desde os quatorze anos militava no Partido Comunista Brasileiro. Um homem que lutou ferrenhamente pela garantia de direitos e que continua até hoje de uma forma organizada, através da sua associação de moradores, reivindicando e buscando os lugares certos das suas reivindicações. Um homem magistrado, um homem que, assim como essa comunidade que está nos assistindo aqui, aprendeu através da sua própria história de vida, a buscar os lugares e as pessoas certas e a não se deixar, jamais, ser usado pelo interesse de algumas pessoas desta nossa Cidade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, venho novamente a esta tribuna para fazer um comentário sobre um Projeto de Lei do Ver. Zé Valdir, que institui um programa municipal de casas-lar para idosos. É uma pena que o Vereador deu uma saída rápida, mas eu gostaria de parabenizá-lo por essa iniciativa. Outro dia uma pessoa me disse: “Se o Projeto não é do bloco A, B, C ou D, da situação ou da oposição, você não deveria parabenizar pela iniciativa.” Mas este Vereador não concorda com essa posição. Eu acredito que todo o Projeto, se ele é bom para a sociedade, se ele é bom para o povo, se ele é bom para o cidadão, se ele é bom para o munícipe, se é para melhorar a qualidade de vida, por que não dar apoio? Por que não parabenizar?

Muitas vezes o Projeto é bom. Há muitos projetos bons que passam por esta Câmara e muitas vezes não vingam; mais ali na frente, acabam morrendo, porque às vezes surge um sentimento no coração de um ou outro que diz: “Se a idéia não é minha, não vale. Se a idéia não é minha, não presta.” Isso não é de bom-tom, não é elegante. É uma coisa imoral, porque se um Projeto é bom, temos de apoiá-lo. Eu apóio, sim, este Projeto de casas-lar para idosos. É uma excelente idéia. Quantas pessoas se encontram numa situação com um pai idoso, uma mãe idosa, e muitas vezes esse filho tem de trabalhar, até para trazer o sustento para esse pai, para essa mãe. De repente esse filho, esse neto não tem condições de cuidar desse pai, desse avô, dessa avó, não têm recursos, e os recursos muitas vezes são limitados, e se tivesse uma casa-lar para o idoso no seu bairro possivelmente iria facilitar muito a vida, melhorar a qualidade de vida, Ver. Zé Valdir. Eu sabia que V. Ex.ª estava por perto, V. Ex.ª é um Vereador assíduo e não perde nunca as Sessões. Parabenizo-o, porque isso melhora e ajuda a qualidade de vida do cidadão. É bem verdade que precisamos trabalhar também com a qualidade de vida das famílias em relação a suas crianças. Perturba-me saber que, de cada dez crianças, apenas três são contempladas com creches; sete não estão contempladas e ficam muitas vezes na rua, na vila, à mercê das drogas, dos traficantes, tornando-se uns “fernandinhos beira-mar”, aqui beira-rio, por causa do Guaíba. Eu o parabenizo, Vereador, pela iniciativa, que tem o apoio deste Vereador, e tomara que vingue. Acredito que os demais Vereadores darão o apoio para que este Projeto de Lei possa passar, e não só passar, mas que a Prefeitura o execute, porque não basta só o Vereador ter uma boa idéia, não basta o Vereador trazer aqui uma boa discussão, não basta os demais Vereadores apoiarem um bom Projeto, e quando chega ali no Executivo, o Projeto acaba não dando certo, como muitos projetos bons que foram parar no Executivo, e de lá muitos deles morreram, porque não são executados.

Eu espero que este Projeto, se passar, seja executado para que cada cidadão, aqui em Porto Alegre, cada família tenha mais qualidade de vida e, precisando, possa colocar uma pessoa idosa, não havendo outro lugar, numa casa-lar, com dignidade, com cidadania. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, inicialmente agradeço aos colegas Vereadores que, ao desistirem, oportunizaram-me fazer uso da palavra neste período de Pauta.

Há hoje em Pauta dois Projetos de minha autoria; um deles já referido pelo Ver. Elias Vidal, a quem agradeço o apoio. Na verdade, esses Projetos não são de autoria exclusiva minha; foram sugeridos por pessoas ou por um grupo de pessoas. No caso do Projeto destinado a instituir as casas-lares para idosos, ele foi elaborado por um grupo de idosos que freqüentemente me procura para discutir as questões da terceira idade e que de outra feita sugeriu e me ajudou a elaborar aquele Projeto das casas de convivência, que é o atendimento-dia para o idoso, aprovado no ano de 2000, nesta Câmara, e já em funcionamento, tendo o Prefeito inaugurado no ano passado a primeira casa de convivência no centro da comunidade da Vila Floresta. Esse mesmo grupo de idosos me procurou e estamos apresentando este Projeto, de casa-lar para idosos que, na verdade, é um instituto previsto na política nacional do idoso que estamos colocando em lei.

Sabemos que o Projeto tem vício de iniciativa – e sou sincero quanto a isso -, mas quando acho o tema importante, prefiro afrontar a legalidade a apresentar projeto autorizativo. Eu quero fazer a discussão, se o Prefeito entender que deve vetar o Projeto, vamos discutir uma maneira de contemplar a idéia de uma outra forma. Procuro não apresentar projeto de natureza autorizativa, prefiro até, nesses casos, quando o tema é importante, confrontar com a legalidade e apresentar, mesmo sabendo que o Projeto tem realmente vício de origem. Quero voltar a esse tema ainda, porque o assunto está em 1ª Sessão de Pauta.

Outro Projeto que está na Pauta é um Projeto que foi sugerido por um amigo meu, que me lembrou uma situação que todos os porto-alegrenses estão acostumados a vivenciar no dia-a-dia, quando se dirigem a um estabelecimento bancário. Normalmente na porta do banco se forma uma fila, porque alguém não consegue passar na porta giratória, pois esqueceu de tirar algum objeto de metal do bolso ou da bolsa. Os que mais sofrem com essa situação são os idosos, os portadores de deficiência ou as mulheres, que passam pelo vexame de abrir a bolsa e tirar tudo de dentro para colocar numa caixa ao lado e, então, conseguir passar. Então, eu estou tornando obrigatório que cada estabelecimento bancário – tenho certeza que, por isso, não irá falir nenhum estabelecimento bancário – estabeleça um guarda-volumes com chave, na entrada, para que as pessoas possam deixar os seus pertences e possam entrar tranqüilamente pela porta eletrônica. Esse sistema alguns bancos já adotam; nós inclusive fomos verificar in loco algumas agências do Banrisul que já possuem esse sistema. Portanto, não é uma novidade, nós estamos apenas generalizando essa obrigatoriedade para todos os bancos. Temos certeza de que isso não vai falir nenhum estabelecimento bancário, pelo contrário, vai fazer com que esses estabelecimentos bancários, que obtêm lucros imensos, possam dar um pouco mais de conforto aos seus usuários. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, meu amigo, Ver. Pedro Américo Leal, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores, eu também só posso agradecer aos Vereadores que desistiram de discutir a Pauta e que deram oportunidade para que nós pudéssemos vir aqui, uma vez que temos dois Projetos hoje iniciando a sua tramitação na Casa. Eu acho que são dois Projetos importantes.

Já dialoguei com vários Vereadores; inclusive hoje tive oportunidade de falar de um deles com o meu amigo, Ver. Elói Guimarães. Acredito que eles têm o objetivo de devolver para a Casa um pouco do poder que esta Casa perdeu ao longo dos anos.

Não é um Projeto contra ninguém, ele é a favor da sociedade, é a favor de que o Legislativo possa discutir tudo aquilo que é de importância para o conjunto da sociedade, no que concerne àquilo que ela vai gastar em impostos e também em tarifas.

É claro que esses Projetos não falam de todas as tarifas, de todos os impostos e de todos os tributos, mas eles falam, Ver. Juarez Pinheiro, de uma tarifa e de um imposto extremamente importante para todos nós que vivemos no Município: o IPTU. Há bastante tempo, Ver. Elói Guimarães, o IPTU desta Cidade sofre uma indexação ao IGP-M. V. Ex.ª sabe que hoje o IGP-M... E o Ver. Isaac Ainhorn me lembrava outro dia que o IGP-M estava, vamos dizer assim, na sua melhor fase para a população. Mas até quando vai durar essa melhor fase? Tudo depende das crises para que esses indexadores disparem ou sejam comprimidos. Então, eu acredito que nós não podemos deixar ao alvedrio desses indexadores o pagamento a mais que a população tem de fazer de um imposto tão importante, como é o caso do Imposto Predial e Territorial Urbano. Acho que nós temos de discutir, caso a caso, todos os anos, e a única forma de fazermos isso é termos, aqui na Casa, a possibilidade de, fazendo essa desindexação, discutirmos sobre se é muito, se é pouco, sobre quanto é que se pode dar. Eu acredito que essa é a obrigação que esta Câmara de Vereadores tem. Eu não vejo, Ver. Juarez Pinheiro, nenhum mérito em a Câmara de Vereadores delegar, por meio de um indexador... Isso era bom na época em que a inflação era muito alta, mas, agora, delegar por meio de um indexador, ao Executivo, o quantum que o Executivo vai poder, automaticamente, aumentar o imposto não é realmente a função da Câmara Municipal. Por isso, nós estamos retirando esse indexador.

Fazemos isso, também, no campo da tarifa. É uma questão um pouco mais melindrosa. Nós tentamos – eu estava, hoje, conversando com o Ver. Elói Guimarães – “navegar por águas bem seguras”. Primeiramente, Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª sabe que nós não devemos e não podemos indexar uma tarifa. A tarifa fica, mais ou menos, ao arbítrio do Executivo; só que existem determinadas regras. Eu peço, neste Projeto de Lei, que nós tiremos, também, o indexador, que é o IGP-M, mas, ao mesmo tempo, obriguemos o Executivo a mandar para esta Casa os cálculos em que ele se baseou para calcular o aumento da água, para que nós possamos ver, aqui, se está correto. É o que acontece, por exemplo, com o ônibus. A tarifa de ônibus obedece a um ritual, obedece a um cálculo que foi votado por esta Casa. É o que nós pedimos por meio deste Projeto de Lei: que o Executivo mande, sempre, para esta Casa, os cálculos em que ele se embasou para fazer o aumento tarifário. Eu acredito que esses dois Projetos são justos e que devolvem um pouco do poder que esta Casa perdeu ao longo do tempo. Peço aos senhores pares que os analisem com muito carinho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Luiz Braz traz uma iniciativa envolvendo a questão tributária, em especial o Imposto Predial e Territorial Urbano. Sua Excelência, em síntese, inclui o § 1.º ao art. 9.º. O art. 9.º da Lei Complementar n.º 07 diz que “os preços do metro quadrado do terreno de cada tipo de construção, bem como as definições desse, serão fixados anualmente por Decreto Executivo, que instruirá a proposta orçamentária”. A esse dispositivo ele faz uma Emenda que diz: “Somente em decorrência de lei específica, as alterações de preço de definições dos tipos de construção previstos no caput desse artigo poderão determinar crescimento nominal do imposto entre dois exercícios subseqüentes.” Trata-se de uma alteração que traz alguma profundidade, e digo por quê. Ela, evidentemente, se projetará no Orçamento, porque uma das receitas que passam a integrar o Orçamento, no que lhe diz respeito, é exatamente a arrecadação, são os impostos. Então ele terá esse reflexo a ser examinado.

A segunda questão, Ver. Luiz Braz, que eu reputo importante, é o cuidado que nós temos que ter no sentido de que o mesmo indexador que fizermos com a receita nós teremos que fazer com a despesa. Esse fator comum à receita e à despesa é fundamental para que se estabeleça o equilíbrio orçamentário e não se estabeleça uma diminuição da receita ou uma exacerbação da despesa, criando, evidentemente, do ponto de vista técnico, um desequilíbrio orçamentário. De qualquer forma a iniciativa de V. Ex.ª é importante, e como diz V. Ex.ª, a Casa retomaria uma co-particiação na definição daqueles parâmetros, ou indexadores, que melhor se ajustam à capacidade e à possibilidade de a população suportar os encargos decorrentes da legislação tributária.

A preocupação que nós devemos aprofundar no Projeto de V. Ex.ª é exatamente a de estabelecermos um indexador comum à receita e à despesa. Trabalhamos hoje, veja V. Ex.ª, com dois pesos e duas medidas. A receita pública, neste ano, ingressou pelo indexador IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas. Então, o Município arrecadou nesse indexador e não pagou nesse indexador. Deixou de pagar a despesa nesse indexador quando “podou”, na bimestralidade, Ver. Luiz Braz: em vez de conferir os 2,6%, conferiu 9%, se não me falha a memória. Reteve uma diferença de 2%. Então, trabalhou com dois pesos e duas medidas.

Por outro lado, temos discutido muito a questão da receita pública, da receita tributária, Ver. Pedro Américo Leal, e estamos esquecendo da despesa pública. Eu resisti à criação da Secretaria de Segurança Pública; não é de segurança pública, é de segurança alimentar. Resisti aqui. Discuti, resisti: tem mérito, não tem mérito. Mas essa Secretaria jogou, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para a despesa, um quantitativo que sobrecarregou a despesa e fez com que o nível da despesa fosse se aproximando dos 54%. Faltou ao administrador público cautela para trabalhar com a despesa, e a Casa também não se tem detido - encerro, Sr. Presidente - com a despesa e sim com a receita. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrado o período de discussão de Pauta. Comunico, com satisfação, a presença do Secretário do Planejamento, Sr. Carlos Eduardo Vieira, que honra, com a sua presença, esta Casa. Seja bem-vindo!

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria aproveitar a oportunidade para falar sobre um assunto tratado em uma reunião da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, na qual estiveram presentes este Presidente, o Ver. Ervino Besson, Vice-Presidente; a Ver.ª Maria Celeste, o Ver. Cláudio Sebenelo e o Ver. Carlos Pestana. Estamos enfrentando um problema e tentando solucioná-lo. Convidamos, para terça-feira que vem, a Secretária de Direitos Humanos e Segurança Urbana, a nossa colega e Ver.ª Helena Bonumá. Ver. Ervino Besson, nós não conseguimos entender - vamos tentar entender com a presença da Vereadora na terça-feira -: nós temos duas situações diferentes. Primeira, uma cooperativa organizada, dos papeleiros, que eram todos aqui do Parque Harmonia, mas se desmembraram em vários segmentos pela Cidade. Essa Cooperativa, de setenta e cinco pessoas, organizada, com CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - e com telefone, portanto funcionando com a participação de todos, está ao lado de uma Casa de Passagem, que está sendo construída, n.º 1.391 e 1.392, ao lado do Beira-Rio. Essa cooperativa organizada, com assistente social voluntário, não têm direito. Fomos visitar a outra, aqui na frente da Câmara Municipal, no Casarão da CEEE, que se chama Associação do Casarão da CEEE. Surpreendentemente, para nós, e aí gostaríamos de entender, essa Associação participa com dois ou três representantes no Orçamento Participativo, mas não tem estrutura nenhuma. Há três Conselheiras no Orçamento Participativo. E há uma promessa para essas pessoas, que não são organizadas e que até – palavras deles – usam drogas, de que elas vão ser deslocadas para esse local organizado. Eles que não têm sequer uma cooperativa e trabalham por conta, não têm horário de chegada, não têm horário de saída. Mas estão contemplados pelo Orçamento Participativo com residências e vão passar pela Casa de Passagem para depois irem definitivamente para essas moradias do DEMHAB.

O que mais surpreende é que essas pessoas, aqui do Casarão da CEEE, não querem ir para a Casa de Passagem, porque aqui será instalado, depois, um departamento do DMLU.

Nós perguntamos, Ver. Ervino Besson, como é que eles tinham essa promessa do Orçamento Participativo? Ele disseram, claramente: “Nós não confiamos mais no Orçamento Participativo porque não sabemos se é verdade isso.”

Mas como é que o Orçamento Participativo dá guarida a uma situação dessas?

Nós perguntamos se eles têm alguma assistência social, algum complemento da Prefeitura, seja do lado social, cultural, educativo, da saúde. Nada!

Será que o Orçamento Participativo não toma conhecimento da população a qual vai amparar? Não toma conhecimento do que se passa lá nesse Casarão? Simplesmente, vai dar guarida no Orçamento Participativo porque a Prefeitura quer fazer lá um departamento do DMLU?

Ver. João Bosco Vaz, como é que aquela comunidade, organizada, não tem direito a nada?

Esta é a contradição do Orçamento Participativo, que nós não entendemos: como é que uma comunidade organizada não tem direito a nada, e a outra que é desorganizada, que não tem nem o complemento, não tem a assistência e nem orientação no dia-a-dia, não tem nada, é amparada pelo Orçamento Participativo? Só porque tem três representantes, Conselheiros do Orçamento Participativo? São essas coisas que desvirtuam, que perde a credibilidade o Orçamento Participativo. Portanto, terça-feira, a nossa Ver.ª Helena Bonumá, Presidente da Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana, virá a esta Casa dizer por que se privilegia uns que não são organizados e que não têm nada a ver com a questão; e outros, que são organizados, não têm direito a nada no Orçamento Participativo. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a famosa questão do lixo hospitalar continua na ordem do dia nesta Cidade, e já não é de hoje. Essa questão está na ordem do dia desde o inicio da década de 90, eu diria desde do final da década de 80, quando a Administração do Sr. Olívio Dutra, através do DMLU, comprou um incinerador de lixo, que até hoje, Ver. João Antonio Dib, não chegou. O Diretor da empresa, que uma CPI nesta Casa comprovou que era ligado ao Partido dos Trabalhadores do ABC paulista, esse sumiu, encontra-se em lugar incerto e não sabido.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Darci Campani.)

 

Sr. Presidente, eu não vou admitir que Vereadores fiquem fazendo apartes anti-regimentais, dizendo que não é verdade. Eu estou falando em tempo de Liderança, e um Vereador do PT, Darci Campani...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Srs. Vereadores, há um Vereador na Tribuna, eu solicito respeito para o mesmo. Os Partidos poderão usar depois o mesmo tempo de Liderança.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Agradeço a V. Ex.ª a atenção, a deferência. Até compreendo um pouco a inquietude, um pouco da perturbação do Ver. Darci Campani. Não era o tempo dele, está há anos lá, até poderia, com bastante tranqüilidade, nos ajudar a reconstituir esse processo da chamada questão do lixo hospitalar com a sua experiência e com o seu conhecimento, mas, pelo visto, ele perdeu a calma, e, de forma inusitada.

A questão do incinerador do lixo se transformou numa CPI, à época, presidida pelo hoje Deputado Estadual Vieira da Cunha e relatada pelo então Vereador Vicente Dutra. Naquela época, as conclusões dessa CPI foram encaminhadas ao Ministério Público, apresentando inúmeras irregularidades. Espero que ninguém diga que é mentira também essa situação e essa circunstância.

Pois, agora, o assunto ressurge quando, irregularmente, Ver. Haroldo de Souza, a Administração Municipal de Porto Alegre remove o lixo para o aterro Santa Tecla, em Gravataí. Isso é fruto de um convênio. Só que, recentemente, o Diário Gaúcho flagrou, através de suas lentes, o DMLU removendo também lixo hospitalar. É mentira ou é verdade? Lixo hospitalar sendo removido, quando o convênio firmado com a FEPAM estabelece a vedação da remoção! Eu vou ler aqui o que diz a licença concedida. Em 27 de maio de 2003, a FEPAM fez uma autorização, que dizia assim: (Lê.) “... não permitindo disposição de resíduos industriais classe 1 nesse aterro e nem de resíduos de serviços de saúde, exceto os que passarem por processo de desinfecção, conforme legislação vigente.”

Eu estou-me baseando - Ver. Darci Campani, V. Ex.ª, que se alterou de forma bastante surpreendente, numa informação de dois jornalistas que tiveram acesso às autorizações e aos alvarás autorizativos da FEPAM.

É óbvio que eu vou procurar buscar os elementos informativos necessários, junto à FEPAM, com um Pedido de Informações ao Estado, porque o assunto interessa ao Município, e o art. 12 da Constituição Estadual assegura-me o direito às informações que dizem respeito ao Município em nível Estadual. E espero que o Pedido de Informações venha dentro do prazo, convenientemente instruído a respeito das irregularidades que o próprio Diretor do DMLU, Rogério Balestrin, admitiu que havia remoção de lixo contaminado. Ele promete que, doravante, não vai mais remover lixo contaminado e vai exigir que os hospitais tomem providências. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos as seguintes Emendas apostas ao PLE n.º 020/03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila:

Emenda n.º 16: “Suprima-se o art. 2.º do Projeto e seu Parágrafo Único”;

Emenda n.º 17: “Retirar do art. 7.º, o inciso II, que propõe: para realização de operações de crédito para cobertura do déficit com entidades financeiras nacionais e oferecer as garantias usuais necessárias”;

Emenda n.º 18: “Alterar o art. 7.º do PLE n.º 20/03, inc. I, letra a: até o limite de 4,2% (quatro vírgula dois por cento) do total da despesa autorizada”;

Emenda n.º 19: “Dá nova redação ao art. 8.º , fixando-se o seu percentual em 4,5% (quatro vírgula cinco por cento)”;

Emenda n.º 20: “Incluir no art. 10, um Parágrafo Único, com a seguinte redação: Acompanharão a Lei do Orçamento Anual os demonstrativos de receita e despesa com as dotações iniciais previstas para o exercício de 2004, discriminando a receita por fontes e vinculação e a despesa por subfunção e por grupo de natureza da despesa, conforme a estrutura de informação de todos os relatórios das áreas de educação e saúde, constantes da Portaria n.º 560/STN, de 14 de dezembro de 2001, que integram o Relatório resumido da execução orçamentária, estabelecido pelo art. 48 da Lei Complementar Federal n.º 101, de 04 de maio de 2000.”;

Emenda n.º 21: “Inclua-se no art. 14, um Parágrafo Único, com os seguintes termos: A avaliação dos resultados dos programas de Governo em audiência pública, nos termos do parágrafo 4º do art. 9.º da Lei Complementar n.º 101, de 2000”.

Emenda n.º 22: “Inclua-se no art. 17, inc. III, a expressão ‘do Poder Executivo’, ficando o inciso com a seguinte redação: ‘Anexo de Prioridades e Metas do Poder Executivo’”;

Emenda n.º 23: “Inclua-se no art. 18 as seguintes expressões: ‘Habitação Popular e Funcionalismo’”;

Emenda n.º 24: “Retirar do art. 19 a expressão ‘através do Orçamento Participativo’”.

Emenda n.º 25: “Retirar o texto do inciso III do art. 24, substituindo-o pelo que segue: ‘melhorar as condições de trabalho, especialmente no que concerne à saúde, alimentação - reajustando o valor do vale respectivo, segurança no trabalho e justa e adequada remuneração - com a concessão de Gratificação por Incentivo à Produtividade aos servidores de cargos para os quais não seja exigida escolaridade de nível superior’”;

Emenda n.º 26: “Retirar o texto do inciso II do art. 25, substituindo-o pelo que seque: ‘revisão da legislatura tributária de forma a instituir maior justiça fiscal e permitir o atendimento das demandas da sociedade, limitando-se tais ações à aplicação de princípios de eficiência e eficácia da gestão fiscal’”;

Emenda n.º 27: “Retirar o texto do inciso V do art. 25, substituindo-o pelo que segue: ‘modificação dos preços públicos, de forma a reajustar a prestação dos serviços e a garantir a cobertura dos custos realizados, limitando a sua majoração à índice inflacionário oficial’”;

Emenda n.º 28: “Incluir após o atual art. 27, o seguinte artigo: ‘Art. ... Em função da sociedade civil, entidades representativas, representantes eleitos e eleitores, na forma da legislação vigente, os temas, os objetivos supracitados, e o anexo, poderão ser alvo de alterações, desde que autorizados pela Câmara Municipal, nas propostas orçamentárias.’”

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Insigne Presidente João Dib, colegas Vereadores e colegas Vereadoras. Ver. Isaac, eu quero analisar esse tema dos resíduos sólidos hospitalares sob dois eixos da Administração Municipal. Do ponto da questão ambiental, esta é uma gestão criminosa. E por que isso? Ela é criminosa, porque a gestão do DMLU sabia, desde 1999, que havia um esgotamento do aterro Santa Tecla, que é este aterro que estamos aqui discutindo. A sua Direção foi instada para encontrar uma nova localidade para produzir o aterro sanitário. Não fez!

Sabia que teria o esgotamento e, portanto, não é novidade, Ver. Isaac Ainhorn. Esse lixo hospitalar é colocado lá desde 1997, como era colocado também na Extrema, misturado com os resíduos sólidos residenciais, mas especialmente no Santa Tecla, Dr. Darci Campani, sempre foi colocado!

Eu estive no Santa Tecla por três, quatro vezes, tenho as fotografias dos caminhões entrando com os lixos hospitalares.

Eu tenho os laudos de contaminação do arroio Martins, que é o entorno daquele aterro.

Então, Ver. Isaac Ainhorn, na verdade - que bom que V. Ex.ª tome providências -, quero dizer que já há duas representações na FEPAM, uma de 2002, outra de 2003, sobre esta matéria, e há uma representação no Ministério Público, deste Vereador, também desta matéria.

Portanto, acho que é um tema extremamente relevante, porque estamos tratando de saúde pública, Sr. Presidente! Não é possível que uma gestão que vangloria a defesa do meio ambiente coloque lixo hospitalar junto com outros resíduos no aterro Santa Tecla.

Aqui, também, a FEPAM tem a sua parcela de culpa, porque, desde janeiro, este aterro estava operando sem licença de operações e só no dia 28 de maio... - Ver. Haroldo de Souza, que me faz sinal que estão aqui os funcionários da VARIG, nossa grandiosa empresa. Quero dizer que, de janeiro a maio, este aterro funcionou sem licença.

Agora renovou-se a operação, porém estabelece em um dos itens da sua renovação de um ano: “Fica vedada a colocação de lixo hospitalar.”

O que temos que fazer? Nós vamos ter de fiscalizar, porque não tenho notícias - evidentemente, que vamos poder, Ver. Darci Campani, ouvir o Governo, eu não vou levar este debate para a pessoalidade, eu vou levá-lo para o campo político, como sempre levei. O Governo deve uma explicação, porque o Governo sempre colocou lixo hospitalar lá, portanto, eu não estou falando do lixo de agora!

Para a semana que vem já há uma audiência, que não é em função disso, é uma audiência que também é em função disso, mas não em função do fato que aconteceu agora, nós estaremos reunidos na Assembléia Legislativa, sob a liderança do nosso Presidente Beto Moesch, com a Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, onde estarão reunidos representantes das Prefeituras, dos Legislativos Municipais e das cidades que formam o consórcio, que gestam o consórcio do aterro Santa Tecla. Eu acho que esse vai ser o fórum adequado para que possamos passar a limpo essa questão. Por quê? Porque não envolve só isso, envolve outras questões que precisam ser aprofundadas.

Queremos dizer desta tribuna que, para nós, esta matéria não é novidade, porque tratamos dela. Há bastante tempo, nós acompanhamos esse processo e achamos que esta gestão, do ponto de vista ambiental, é criminosa; achamos que, do ponto de vista administrativo, ela tem graves problemas que precisam ser resolvidos. Aliás, o Tribunal de Contas já apontou nessa direção com parecer sustentado em várias laudas sobre essas irregularidades administrativas. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, demais Vereadores e Vereadoras e todos aqueles que nos assistem aqui e também nas suas casas, no dia de hoje. Em Comunicação de Líder do Partido Comunista do Brasil, eu quero tratar de dois temas. Primeiro, registro na Casa a passagem dos vinte e cinco anos da fundação da Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – ADUFRGS - que, na noite de ontem, realizou na sua sede uma confraternização, e nós tivemos a alegria de lá estar. É uma entidade que tem exercido um papel extremamente importante, Ver. Wilton Araújo, em defesa da universidade pública, em defesa de um ensino de qualidade e de um Brasil soberano, porque não existe nação soberana que não tenha uma grande universidade capaz de gerar tecnologia, de gerar pensamento, de gerar construção de nação. A ADUFRGS foi fundada no dia 17 de junho de 1978, no auditório do IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasil. Lá tivemos como primeiro presidente o Professor e Sociólogo José Fraga Fachel; tivemos Manoel André da Rocha, o Maneco; Aron Taitelbaum, Matemático reconhecido; o Economista Carlos Schmidt, com o qual tive oportunidade de conviver no curso de Engenharia; a Lorena da Silva; Luís Alberto Miranda, hoje na AGERGS, Economista; Maria Assunta Campilongo e tanta outras lideranças intelectuais de peso do nosso Rio Grande do Sul.

A ADUFRGS nasceu numa conjuntura difícil, em plena vigência do Ato Institucional nº. 5 e nasceu com apenas cinqüenta membros, mas fruto da sua luta, da sua combatividade, logo passou para mais de quinhentos sócios apenas no primeiro ano, sob a mais férrea ditadura, Ver.ª Maristela Maffei. Suas lutas no início eram por melhores condições de trabalho, por melhores condições de ensino, mas logo integrou-se à campanha pela anistia, visando à reintegração dos docentes expurgados pelo regime militar. Inclusive, é de sua iniciativa a publicação do livro “Universidade e Repressão: os expurgos na UFRGS”. A campanha foi vitoriosa, foi conseguida a reintegração dos docentes.

No final de 1980, realizou sua primeira vitoriosa greve que levou à renúncia do Ministro da Educação de então, Eduardo Portela. A trajetória de lutas da ADUFRGS é sempre em defesa da universidade pública e gratuita e pela valorização do serviço público. É uma entidade reconhecida no movimento sindical, em todos os fóruns democráticos da sociedade, porque nunca foi uma entidade que levou uma luta corporativa, ao contrário, levou uma luta junto com a sociedade.

Parabenizamos, então, a ADUFRGS pela passagem dos seus vinte e cinco anos, por intermédio da sua atual Presidente Maria Aparecida Castro Livi, mais uma mulher à frente de uma entidade sindical, mostrando a capacidade e a luta das mulheres gaúchas e das mulheres em geral, Ver.ª Maria Celeste.

Quero, por fim, aproveitar o momento para convidar todos os Vereadores aqui presentes, as Vereadoras e o público para a abertura da 1.ª Semana Municipal de Capoeira, que ocorrerá na noite de hoje, no Mercado Público Municipal, às 19h, no Auditório do Mercado Público. E, dentro desta Semana - existe toda uma programação, a qual passamos aos Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras -, nós teremos o 1.º Congresso Estadual de Capoeira no sábado, na Usina do Gasômetro, a partir das 9h, onde serão debatidas grandes questões da capoeira, e teremos, meu Presidente, a delegação do Rio Grande do Sul no 1.º Congresso Nacional de Capoeira. Esperamos a presença de todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregôo as seguintes Emendas: Emenda n.º 01 ao PLL n.º 240/02, de autoria do Ver. Raul Carrion.

“Autoriza o Poder Executivo a erigir monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares, no largo do mesmo nome.

Emenda n.º 01: Altera redação do ‘caput’ do art. 1.º do PLL supra, que passará a constar como segue: Art. 1º - Institui homenagem a Zumbi dos Palmares, constituída por um busto.”

Emenda n.º 02, de autoria do Ver. Raul Carrion, ao PLL n.º 240/02: “Renumera o parágrafo único proposto para o art. 1.º do PLL, que passa a ser parágrafo 1.º e inclui parágrafo 2.º no mesmo artigo, com a seguinte redação:

‘§ 2.º Poderá haver colaboração financeira de entidades privadas para implantação da homenagem prevista nesta Lei’.”

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, voltamos à tribuna, em nome do PPS, para colocar a posição do nosso Partido frente ao que nós podemos chamar, já de há algum tempo... Esse não é um problema que iniciou agora, mas é um problema que tem larga tradição na cidade de Porto Alegre, é um problema que tem envolvimentos muito grandes, porque, se por um lado, gira com o que é fundamental para uma cidade, que é o recolhimento e destinação do seu lixo, algo que envolve meio ambiente, saúde pública, condição de vida, por outro lado também, e é bem verdade, envolve uma grande quantidade de recursos destinados a esse fim. É um percentual muito grande daquilo que nós, cidadãos, pagamos dos nossos impostos, o percentual que é destinado para o recolhimento e destinação do lixo desta Cidade.

Isso é trazido à tribuna pelo Ver. Isaac Ainhorn, pelo Ver. Sebastião Melo, e nós nos somamos a essa preocupação, no sentido de dizer que aí tem coisa que precisa ser esclarecida; isso é antigo, é complexo e tem implicações que a Cidade desconhece. Só se conseguiu levantar partes desse véu, e se vê a preocupação da Bancada governista com esse assunto.

Um jornal de grande circulação na Cidade e no Estado traz a denúncia que lixo hospitalar está sendo colocado em aterro sanitário. Essa destinação nos preocupa com relação à saúde pública, nos preocupam sobremaneira as dificuldades que está tendo esta Casa em centrar, em ver, ouvir e saber sobre esse assunto. Outro dia, viemos à tribuna e apresentamos Requerimento que já foi enviado ao Ministério Público para que esta Casa receba o Parecer e a denúncia que diz respeito a um milhão e 850 mil reais, que deveriam ser, segundo o Parecer, devolvidos aos cofres públicos. Usamos a tribuna para esse assunto, que está junto com esse outro. É uma coisa só, no fim. O tipo de tratamento que Porto Alegre tem dado ao assunto lixo preocupa, sobremaneira, a Cidade, e, tenho certeza, os Vereadores desta Cidade. Quando vemos o destino do lixo hospitalar que está aí hoje - e sabe-se que ele não é de hoje, que vem de há muitos anos, tantos anos que chega a ser anterior, inclusive, a esse aterro sanitário – temos certeza de que a Casa – e eu já dizia isso - vai se debruçar sobre esse assunto. Estamos aguardando que a Casa receba os documentos, e vamos pedir para que a Comissão de Justiça, para que o Plenário desta Casa se debrucem sobre eles e, certamente, para que o Plenário e o Executivo Municipal, neste plenário, venham explicar o que for possível explicar. Existem várias conotações, as conotações de ordem de saúde pública, as conotações de ordem de má-gestão, de administração, de desvio, não se sabe bem ainda, mas isso está chegando à Casa e vamos fazer, daqui, eco para que a população de Porto Alegre tenha pelo menos a informação, se é que não vamos conseguir chegar ao fundo desta questão. Hoje nós temos a responsabilidade, Sr. Presidente, de, ao receber esse material, o trazermos ao Plenário, e é isso que gostaríamos de registrar.

Para concluir, quero dizer que a Cidade está atenta. Se isso que está aqui é verdadeiro - e é verdadeiro, porque as lentes flagraram -, Porto Alegre deve, imediatamente, parar com esse depósito de lixo, imediatamente. Não adianta dizer que são os hospitais. Por que os hospitais não fazem até hoje... O que está envolvido aí? Quantos recursos são necessários? Isso nós queremos saber!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente, demais Srs. Vereadores presentes, Vereadores que aqui vieram debater a questão dos resíduos hospitalares, às vezes nos empolgamos porque trabalhamos dez anos na Direção-Geral do DMLU e em vista do que temos feito junto à sociedade civil. Daqui a aproximadamente menos de um mês, deveremos estar assumindo a vice-presidência regional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, e hoje sou coordenador para todo o Mercosul da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental. Sabemos que está sendo discutida, não só aqui no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, a questão dos resíduos hospitalares e dos resíduos em geral. Conseguimos ter acesso, por intermédio dos congressos de que temos participado, por todas as atividades em que temos nos envolvido, à discussão dos resíduos e dos serviços de saúde, portanto, estando bastante tranqüilos em relação às atividades do DMLU e aos encaminhamentos que temos dado no DMLU.

Não podemos deixar passar a questão – depois podem vir a dizer que não respondemos por não termos resposta - da CPI que houve em 91, com relação à compra do incinerador, porque a compra se deu em 1990. A CPI apontou irregularidades na compra do incinerador, o processo foi enviado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. O Ministério Público determinou o arquivamento do processo porque não encontrou irregularidades, e o Tribunal de Contas aprovou as contas do DMLU daquele ano com uma verificação específica no processo de compra do equipamento. Ao contrário, Ver. Isaac Ainhorn, do que V. Ex.ª disse aqui, realmente não houve nenhuma... Houve uma denúncia de que poderia o fabricante ser ligado ao Partido dos Trabalhadores; não podemos chegar aqui no microfone e dizer que foi comprovado pela CPI que esse era filiado ao PT. Não, houve uma denúncia, e não houve comprovação nenhuma, porque realmente os fabricantes do equipamento não eram filiados, não tinham vinculação com o Partido dos Trabalhadores. É uma discussão bem interessante, Ver. Wilton Araújo, e vejo que V. Ex.ª realmente está preocupado com o assunto. Esse é um dos assuntos mais polêmicos, hoje, em nível de Brasil, tanto que temos legalmente duas resoluções de órgãos distintos – do Governo Federal, o CONAMA, e da Vigilância Sanitária -, que dizem coisas bastante distintas.

Na semana retrasada, quando estive representando esta Câmara no Encontro Latino-Americano de Resíduos Sólidos, também participei de um debate sobre os resíduos e serviços de saúde e, no plenário, onde estavam as pessoas que no Brasil inteiro discutem esse assunto, a posição era completamente dividida. Temos trocado e-mails, e, como exemplo, temos a Professora Vânia Schneider, da Universidade de Caxias do Sul, que acredita deva ter um determinado tipo de tratamento; temos a Dr.ª Alba, que é do Hospital de Clínicas, que tem outra posição completamente diferente, de que não precisa de tratamento. Então, são duas pessoas que convivem, são as gerentes dos seus hospitais: o Hospital Geral de Caxias do Sul e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre; são as pessoas que fazem o gerenciamento dos resíduos, com posições completamente opostas.

Há três semanas, aqui em Porto Alegre, no Instituto de Pesquisas Hidráulicas, foi defendida uma tese de Doutorado, orientada pelo Professor Francisco Bedoni, na qual comprovava que resíduos hospitalares podem ir para o aterro sanitário sem problema nenhum porque não causam impacto ambiental. O impacto ambiental do resíduo hospitalar está na coleta intra-hospitalar; depois de coletado, onde tem contato com seres humanos, vai para o aterro sanitário – sendo um aterro sanitário que deve ter um tratamento – e não tem mais o contato. Com o tratamento, não causa contaminação.

O DMLU tinha licença no aterro da Zona Norte, e, quando foi recuperado, havia uma licença da FEPAM autorizando o serviço de saúde para o aterro da Zona Norte, e depois, tinha licença para o aterro de Santa Tecla.

A FEPAM está-se pegando à Resolução do CONOMA, que diz que não deve ir, dando um prazo para a obrigação do tratamento. Infelizmente, ela não está lendo a Resolução da Vigilância Sanitária Nacional, ela não está conseguindo interpretar que é do debate técnico, muito gostoso de se fazer, e que nós queremos debater aqui na Câmara, já que é um debate técnico.

Não dá para dizer, ao contrário do Ver. Sebastião Melo, que isso é crime. Não é crime fazer esse debate, e é um debate do qual nós participamos em nível nacional. Estamos bastante tranqüilos, inclusive embasados na tese de Doutorado defendida, há três semanas, no Instituto de Pesquisas Hidráulicas.

Então, aceitamos o debate e gostaríamos que esta Casa debatesse esses assuntos mais técnicos com a seriedade de que eles necessitam, como o Ver. Wilton Araújo trouxe aqui. Mas não dá para ficar só na leitura de jornais, porque, realmente, o jornalista não é especialista no assunto e pode até confundir licença com alvará: não há processo de alvará: há processo de licenciamento ambiental; não há convênio com a FEPAM: há o licenciamento ambiental. Isso é normal da parte de um profissional que não é da área e que tem de ir lá fazer uma matéria, às vezes, sobre aquilo que não é o seu dia-a-dia. Desculpe o uso excessivo do tempo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. DR. GOULART (Requerimento): Sr. Presidente, há trinta e seis dias, a Comissão de Saúde desta Casa, motivada por denúncias, fez um Pedido de Informações à Procuradoria-Geral do Município a respeito de um Processo que lá dorme sem resolução e, até hoje, não recebeu. Então, este Vereador, através da Comissão, foi em busca do que está acontecendo, e ninguém sabe onde está essa resposta. A PGM nos informa que mandou para esta Casa.

O nosso Requerimento é no sentido de que V. Ex.ª faça uma diligência para nos explicar sobre o paradeiro dessa importante informação, que há de nortear os trabalhos da Comissão e, inclusive, da Câmara dos Vereadores. Obrigado, Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Dr. Goulart, o representante de S. Ex.ª o Sr. Prefeito informou ao Presidente que a resposta foi assinada no dia 30 de maio e que foi encaminhada a esta Casa, mas não foi localizada.

Eu vou fazer uma diligência a respeito do problema e, em último caso, pedirei que a Procuradoria nos encaminhe uma segunda via.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Uma Questão de Ordem, Sr. Presidente: na visita feita ao Hospital Presidente Vargas, por uma Comissão de Vereadores desta Casa, este Vereador solicitou – e foi prometido pela Sr.ª Diretora do Hospital Presidente Vargas que lhe enviaria – que passasse às mãos do Vereador ou da Comissão de Saúde a planilha de cirurgias daquela semana, de segunda a sexta-feira e dos atos cirúrgicos executados. Até hoje nós não recebemos – e eu não sei por que, por uma questão de distância não pode ser, porque, em 24 horas, hoje, se dá volta ao mundo. Faz mais de mês que eu estou esperando.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Isso não é uma Questão de Ordem. Eu solicitaria a V. Ex.ª que fizesse a sua reclamação por escrito, para que nós possamos providenciar imediatamente.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Pois não, será feita.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nós faremos isso com toda a serenidade, e acho que V. Ex.ª tem razão, já o vi reclamar mais de uma vez.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Está bom, obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, ontem, na conclusão dos trabalhos, nós ouvimos uma manifestação do ilustre Líder do Partido dos Trabalhadores e afirmamos, na ocasião, que somente não contraditávamos naquela oportunidade, porque havia um consenso entre as Lideranças da Casa de que, dado o adiantado da hora – estávamos próximos do horário de encerramento da Sessão normal – não haveríamos de votar a prorrogação da Sessão e, com isso, evidentemente, nós estaríamos contradizendo e contrariando tudo o que havia sido combinado, mas que o nosso silêncio não implicava uma concordância com aquelas afirmações.

É óbvio que não nos passou despercebida uma tentativa de trazer-nos para uma discussão de comparação do Governo Lula com o Governo Fernando Henrique, coisa que eu observo que é um exercício que se faz nos presentes dias e eu, tranqüilamente, não me quero submeter a essa lógica, até porque eu estou muito ocupado, enquanto Vereador da Cidade, com várias situações que nos dizem respeito diretamente, entre as quais o problema da saúde no Município de Porto Alegre, que a oposição está, responsavelmente, examinando em todos os seus detalhes para, a partir dessa análise, tomar uma posição concreta. O Ver. Dr. Goulart e o Ver. Cláudio Sebenelo, ambos médicos, estão examinando toda a materialidade desse processo; de outra banda, o Ver. Elói Guimarães realiza um aprofundado exame a respeito do assunto, que, para nós, é prioridade, como prioridades são, também, os temas relevantes da cidade de Porto Alegre: as obras inacabadas, os alagamentos, esse retardamento, que nós não conseguimos entender, na constituição da Comissão Especial de Avaliação do Plano Diretor.

Todos esses assuntos têm, para nós, prioridade, mas nós não vamos fugir do debate a respeito dos grandes temas nacionais que nos foram propostos, até porque não exercitamos a posição de querer condenar precocemente uma Administração que se instalou em janeiro, nem lhe exigir feitos que o tempo não lhe permitisse realizar, mas temos, de outro lado, o dever de apontar alguns equívocos naquilo que nesses cinco meses foi feito. Alguns equívocos, Ver. Juarez Pinheiro, como o da política dos juros, a exagerada utilização da possibilidade de retenção do compulsório. Esses aspectos já realizados, já à responsabilidade do Governo estabelecido, estes nós não podemos, de forma nenhuma, deixar de emitir sobre eles as nossas opiniões sob pena de omissão. E é tão relevante o que eu estou afirmando, e tão correto, que, no próprio sistema do Governo, na própria equipe do Governo, a partir do próprio Vice-Presidente da República, há denúncias neste particular. Denúncias que são tão relevantes e tão freqüentes que já produzem, ainda que timidamente, algum resultado com o anúncio pelo COPOM, na tarde de hoje, da redução de 0,5% do juro interbancário. Uma jogada, que, segundo a Senadora Heloísa Helena, que é do PT e não do PFL, é uma jogada para a torcida, feita pelo Governo para amainar a onda de protestos que neste particular ocorre na Nação. Aliás, a redução de 0,5% no interbancário, com a manutenção de 60% do compulsório não produzem efeito nenhum. Não tem efeito nenhum, porque o que faltam hoje são recursos na praça. E é bom para os bancos pegar o nosso dinheiro e depositar compulsoriamente no Banco Central, sendo remunerado a 24% e 24,5%, com o meu dinheiro, ter esse resultado positivo, aumentar os seus lucros, e o Governo ficar esgoelando, cada vez mais, a economia nacional, a produção nacional, como vem ocorrendo presentemente.

Aliás, ainda hoje surgiu a notícia de que a própria GM está na iminência de decretar férias coletivas, suspender sua produção de veículos aqui em Gravataí, pela razão direta de que com a retração, com este período de crise econômica que a Nação vive com a perda da capacidade aquisitiva da população, e sobretudo de negociação pela ausência de recursos na praça, o que está ocorrendo? A produção nacional está decaindo, está sendo paralisada, e o País não está às vésperas de uma recessão como fala o Vice-Presidente da República, já está em um processo recessivo.

Por isso, Sr. Presidente, quero dizer muito claramente que nós optamos por discutir diuturnamente as coisas desta Cidade, mas não fugimos do debate nacional, não temos razão para fugir desse particular. E, se ontem não oferecemos, na oportunidade, a resposta ao Líder do PT, foi pelas razões que já colocamos. Mas hoje estamos aqui colocando: não estamos pedindo que o Governo Lula faça em cinco meses nada que não possa ser feito, mas temos o dever e a responsabilidade de criticar os equívocos que, no nosso entender, já realizou durante esse período. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não gostaria de voltar a um tema que é absolutamente crônico na cidade de Porto Alegre, mas, devido à indiferença do Partido dos Trabalhadores, nesses dezesseis anos, com o problema crônico dos alagamentos, nós tentamos, de uma forma até um pouco prosaica e primitiva, oferecer condições de prevenção a esses acidentes, que o jornal Zero Hora de ontem publicou uma capa que vale por mil palavras. Uma fotografia magnífica, sob o ponto de vista fotográfico, mas trágica do ponto de vista da situação que aquelas pessoas viveram, que protagonizaram o afogamento de um automóvel, em cujo interior estavam duas pessoas idosas e uma criança. E, se não fosse a solicitude e a presteza de funcionários da Loja Homem, hoje nós estaríamos lamentando mais uma morte, exatamente no local onde já ocorreu, onde a Cidade já chorou, e a Prefeitura inclusive paga para a família uma multa mensal, por muitos anos, como indenização. Pois, nesse mesmo local quase ocorreu uma nova tragédia que, por uma dessas questões de sorte, não se materializou numa perda irreparável, como a falta de prevenção de acidente. Este Vereador fez uma Lei dizendo – e que está em vigor na Cidade – que em cada ponto da Cidade, onde houver repetidamente alagamentos por ocasião das chuvas, tem de haver uma sinalização desviando o trânsito daquela verdadeira cilada que a chuva faz aos automóveis. E para esse desvio tem de haver placas de sinalização, e não havia placas de sinalização na Av. Nilo Peçanha. E não há placa de sinalização nos alagamento para desviar o trânsito e evitar que vidas preciosas se percam. Isto é lei! É texto explícito de lei, sem necessidade de interpretação. E a Prefeitura até hoje não cumpriu, sendo, dessa forma, impossível evitar que novas vidas se percam. Quando este mandato completar dezesseis anos, nós vamos chorar a morte de pessoas - de um menino de nove anos de idade que morreu afogado dentro de um bueiro, caído de um automóvel num alagamento, mas não é só essa, são várias outras que ocorreram. E o Partido dos Trabalhadores não pode dizer que foi o Governo anterior, porque o Governo anterior também foi do Partido dos Trabalhadores, e o anterior ao anterior também foi do Partido dos Trabalhadores. Não há desculpa. Em dezesseis anos, não fizeram nada! E o que é pior: quando uma lei não tem a origem no Partido dos Trabalhadores - e eu acho que a seriedade deste assunto não comporta nenhuma exploração política -, ela simplesmente é ignorada, não é cumprida pelo Executivo. Um simples desvio do trânsito evitaria esses acidentes, pois cada vez que chove manifesta-se o sinal vermelho, e nós, sociedade, vamos chorar ainda por um grande número de vítimas de alagamentos na Cidade, que se repetem, e como diz o nosso “filósofo LILS – Luiz Inácio Lula da Silva”, eles são como uma bicicleta ergométrica: “pedalamos, pedalamos e estamos no mesmo lugar”. E é sempre assim: não fizemos absolutamente nada, nós cumprimos a nossa obrigação! Fizemos a lei e ela não é aceita.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Pergunto às Lideranças se houve acerto nos Projetos que serão votados.

Vou suspender a Sessão por dois minutos para que as Lideranças acertem a seqüência dos Projetos a serem votados na Ordem do Dia.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h56min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 17h03min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Com alguma dificuldade, está sendo estabelecida a ordem para as votações e discussões que deverão se realizar no dia de hoje. Havia sido estabelecida, pela oposição, prioridade para dois Requerimentos: um Requerimento do Ver. Carlos Alberto Garcia, Moção de Apoio à VARIG; e um Requerimento do Ver. Raul Carrion a respeito da Emenda Constitucional sobre a abertura do comércio aos domingos. Ambos declinam desta prioridade. Ficaríamos então com a ordem estabelecida anteriormente, que era o Projeto, já em votação, já em discussão, da Ver.ª Clênia Maranhão, mas me informaram que também declina desta prioridade para que o primeiro Projeto a ser votado seja o do Urbanizador Social. Seguindo-se dois Projetos do Ver. Elias Vidal, que são Projetos simples e um Projeto do Ver. Beto Moesch, que já se encontra discutido e pendente de votação, que é o PLL n.º 194/01. Passarei às mãos de V. Ex.ª a ordem dos números. O que eu preciso, com a ausência da Ver.ª Clênia Maranhão, é saber se existe esta concordância dos demais, os dois outros Vereadores já nos falaram das suas concordâncias.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa entende que houve concordância das Lideranças.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, o acordo das Lideranças há que passar por todos. A Liderança do PPS, por mim representada, não concorda com este acordo, portanto gostaria que a Ordem do Dia corresse normalmente como está estabelecida nos avulsos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, de qualquer forma, há uma colocação da maioria da Casa que deve, portanto, ser votada. Eu coloco em votação.

Em votação o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol, que propõe nova ordem de discussão dos Projetos. (Pausa.)

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

A Mesa gostaria de dizer que, sem nenhuma ilação, este acerto de Lideranças estava trazendo bons frutos para as votações na nossa Ordem do Dia.

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há na Casa uma prática: a prática do diálogo, a prática do convencimento, e eu gostaria que essa prática fosse restabelecida. Manifesto-me com a responsabilidade de ter sido, para honra minha, o último Líder das oposições nesta Casa, tendo recolocado, logo após a minha pequena gestão, o Ver. Reginaldo Pujol que nos merece o maior respeito.

Em última reunião realizada pelas oposições da Casa e suas Lideranças, as discussões foram bastante profícuas e chegaram a algumas conclusões que tinham um fundamento político bem determinado, e essas decisões foram tomadas pelo conjunto das Lideranças da oposição. Vejo-me numa situação constrangedora por um lado, mas interessante por outro. O PPS participa do fórum das oposições, é integrado nas suas decisões e quer, Ver. Reginaldo Pujol, fazê-las cumprir. Se, de um lado, nós estamos com dificuldades no Plenário de colocar em prática aquilo que foi decidido, não há de ser a pressão da situação em determinados momentos que vai fazer com que a gente abra mão daquilo que foi estabelecido. Faço aqui um repto ao Ver. Reginaldo Pujol, meu Líder, e aos demais Líderes da oposição, que participaram das decisões, sob pena de essas decisões, se quebradas hoje, não terem mais a unidade necessária nesta Casa para oposição.

Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª, como um dos Líderes mais destacados nesta Casa, também deve entender a posição do PPS. O PPS quer isso, até porque juntou, até porque também fez força para que as oposições se reunissem, e o meu primeiro pronunciamento nesta Casa foi com relação a este assunto, sobre a aliança para eleição da Mesa, que era uma coisa administrativa; politicamente, nós tínhamos de caminhar para outra direção, e achava estranho que muitas vezes, em um e em outro caso, havia coligações e ligações não muito ortodoxas nesta Casa.

Neste momento, a Liderança das oposições deve tomar uma decisão que espero seja para o bem da união das oposições. O PPS não aceita a quebra das decisões colocadas na reunião. Nós não vamos compactuar ou pactuar com a decisão que quebra essa união. Quero que o Ver. Reginaldo Pujol, meu Líder, venha a esta tribuna e coloque, de forma clara, cristalina e transparente, aquilo que nós estamos defendendo. De certa forma, com o respeito e carinho que tenho pelo Vereador, pelas suas posições, mas é minha a responsabilidade de trazer aqui a possibilidade de quebra da nossa tão disputada - tão boa para a Cidade - Liderança das oposições. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento de sua autoria.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é muito oportuna a manifestação do Ver. Wilton Araújo, porque permite que se esclareçam alguns fatos. Primeiro, as oposições na Casa reuniram-se, ontem, pela manhã, e cabe coordenar a ação das oposições nesse período. E coordenar tem de ser literalmente tomado a termo; não é impor nenhuma posição, nem submeter a nenhuma posição individual de um ou de outro, é procurar retirar do conjunto das oposições uma postura conseqüente para esses momentos em que é preciso definir a ordem dos Projetos a serem votados aqui na Casa.

A unanimidade das oposições entendeu, no dia de ontem, que a Moção do Ver. Carlos Alberto Garcia de apoio aos funcionários da VARIG, na sua luta desesperada pela manutenção da sua empresa e dos seus empregos, deveria ser a prioridade número um. Realmente, esta está sendo a prioridade número um na nossa proposta. Não cometemos, neste particular, nenhum ato que desfigurasse aquilo que foi objeto da decisão por nós coletivamente tomada, na tarde de ontem. Num segundo momento, nos propúnhamos a enfrentar um assunto polêmico para nós, Ver. Juarez Pinheiro, dada a insistente solicitação do Ver. Raul Carrion. Nós aceitávamos, já que iríamos discutir o Requerimento da VARIG, discutir também o Requerimento que diz respeito ao apelo para o apressamento da votação da PEC que trata do comércio aos domingos.

Finalmente colocávamos, atendendo a um pedido justo da Ver.ª Clênia Maranhão, que teve um Projeto seu interrompido na metade da discussão, que ele fosse o primeiro Projeto a ser votado no dia de hoje, e que, posteriormente, se enfrentasse o Projeto do Urbanizador Social, para mais tarde atender a uma solicitação do PTB e incluir um Projeto do Ver. Elias Vidal e, finalmente, um Projeto do Ver. Beto Moesch, de vez que o PP buscava priorizá-lo na tarde de hoje. Tudo isso foi colocado neste Requerimento, Ver. Haroldo de Souza.

O que está ocorrendo, em verdade, Ver. Wilton Araújo? É que do nosso Requerimento, ontem discutido, existe manifesta desistência. Se o Ver. Carlos Garcia desiste da prioridade, não somos nós; ele é o dono do Projeto.

Segundo, se o Ver. Raul Carrion desiste, é uma prerrogativa de que ele dispõe. E, finalmente, se a Ver.ª Clênia Maranhão concorda que o seu Projeto não seja votado no dia de hoje, não tem outra alternativa senão enfrentar o problema do Urbanizador Social.

Pede-me a Liderança do PT que enfrentemos o problema do Urbanizador Social sem discussão. Não posso tomar este compromisso, porque observo que há vários integrantes da oposição que entendem que tem de se discutir esta matéria. Como isso não foi objeto de definição nosso, não posso assumir este tipo de compromisso. O compromisso que assumi com as oposições era de propor esta ordem de votação que está proposta. Se houver desistência dela, Ver. Haroldo de Souza, não diga que foi um descumprimento daquilo que foi decidido no nosso fórum adequado.

Tudo que foi proposto pelo fórum, Ver. Isaac Ainhorn, é o que está colocado aqui. Se o fato determinou alguma coisa em contrário do conjunto da Casa, inclusive nós mesmos, da oposição, podemos nos arrepender: “Não queremos mais isso que acertamos ontem.” Eu não estou arrependido, mas o conjunto das oposições pode se arrepender. E disso, Ver. Wilton Araújo, ninguém vai conseguir nos afastar. Não vai ser uma desinteligência dessa ordem que vai deixar que eu continue reconhecendo que V. Ex.ª coordenou as oposições, durante o período que esteve com essa responsabilidade, com muito mais eficiência do que estou fazendo. Lamentavelmente, eu assumi esta responsabilidade, neste momento, e, já na primeira ocasião, estou ensejando esta discussão, que espero não prospere além do que já prosperou. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, primeiramente, quero agradecer a gentileza do segmento da oposição, através do Ver. Reginaldo Pujol, que articulou e propôs a questão de uma formatação dos diversos segmentos.

Realmente, a nossa Moção da VARIG era a primeira. Ocorre que o Projeto do Urbanizador Social tem de ser votado hoje. O segundo Requerimento, do Ver. Raul Carrion, sobre a questão da abertura do comércio aos domingos, é polêmico.

O que nós entendemos? Que não haveria condições de serem votados os dois Requerimentos, para depois entrarmos no Projeto sobre o Urbanizador Social.

Isso aí, provavelmente, seria por volta das vinte horas. Fizemos um novo arranjo, foi acordado o seguinte: coloca-se o Projeto sobre o Urbanizador Social, um Projeto do Ver. Elias Vidal e do Ver. Beto Moesch, que não tem polêmica, e vota-se o Requerimento da VARIG. Qual não foi a nossa surpresa quando vimos que o acordo firmado há poucos minutos parece que não chegou a um denominador. Então, Sr. Presidente, eu sugiro, para não haver mais delongas, que nós votemos os dois Requerimentos para agilizar o processo de votação nesta tarde.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib; demais Vereadores e Vereadoras, o meu encaminhamento é rápido, é no sentido de que nós também abrimos mão para privilegiar o Projeto do Urbanizador Social, que é de interesse da Cidade, que está há muito tempo por votar. Nós gostaríamos de dizer que abrimos mão, se for necessário, de votar hoje o nosso Requerimento, para viabilizar este entendimento e este acordo. Só chamamos a atenção de que será votada na Assembléia Legislativa, na terça-feira, a PEC n.º 125. Então, se nós não votarmos hoje o Requerimento, eu gostaria que, por esta razão, fosse votado na segunda-feira. A Casa tem de tomar uma posição com relação a uma matéria que referenda como atribuição desta Casa: decidir sobre a questão da abertura do comércio aos domingos... Não tem sentido votar a Moção depois da votação na Assembléia Legislativa.

Então, é este o encaminhamento: nós concordamos em não colocar como prioritário, concordamos até em não votar hoje, mas solicitamos que a votação seja na segunda-feira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Já dizia um saudoso Vereador desta Casa, Ver. Wilton Araújo, repetindo talvez um preceito de uma certa natureza acaciana, que “a política é dinâmica”. Então, Vereador, eu entendo que realmente V. Ex.ª colocou com propriedade e com muita transparência a formulação daquilo que foi objeto do nosso fórum interno de discussões, a colocação objeto desta abordagem. É óbvio que, como envolvia também um Projeto que a Ver.ª Clênia Maranhão retirou da pauta de votação do dia de hoje, nós temos de fazer uma reflexão maior. Eu apelo para a sensibilidade de V. Ex.ª, apelo para que o Ver. Wilton Araújo compreenda a natureza desse processo que se desencadeou, ontem e hoje, em relação à tramitação dos Projetos, até porque havia dois Requerimentos que seriam votados; um, do Ver. Carlos Alberto Garcia em relação à solidariedade aos funcionários da VARIG, e um Requerimento do Ver. Raul Carrion. Houve, neste momento, Ver. João Antonio Dib, aquilo que um Vereador que passou por esta Casa, Ver. Brochado da Rocha, chamaria de inversão tautológica. Eu não sei se ele dizia isso para complicar ou para ninguém entender. Eu vejo que o Ver. Pedro Américo Leal me olha com muita atenção, preocupado com este encaminhamento. Obviamente, o posicionamento do Ver. Pedro Américo Leal vai ser muito importante para o nosso posicionamento e para a reacomodação do nosso fórum de oposições. Eu não sei se o Vereador vai encaminhar ou não, mas encerro fazendo um apelo para o Ver. Wilton Araújo no sentido de que convirja para um entendimento e para um diálogo entre as nossas forças existentes na correlação que há nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, Presidente desta Casa, quatro minutos é o que está marcado lá. Sr. Presidente, por favor!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, quando V. Ex.ª se dirigiu à tribuna marquei o tempo, mas V. Ex.ª parou pelo caminho. Depois eu vou lhe dar mais um minuto.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Sr. Presidente. Ver. João Antonio Dib, Ver.ª Maria Celeste, Ver. Aldacir Oliboni, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, acredito, Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª tem uma experiência de plenário, de tribuna, muito maior do que a que tem este Vereador e por isso vou me aconselhar com V. Ex.ª, porque, neste momento, muito embora esteja parecendo ser despicienda esta discussão, acredito que ela seja extremamente válida para que possamos saber o que fazer e que vai resultar em um aproveitamento melhor para a sociedade. Imagine V. Ex.ª que o Projeto do Urbanizador Social é um Projeto importante. Ele não é um Projeto simples, comum, para ser votado às carreiras, num apagar de semestre ou de uma forma que nós não verifiquemos todas as suas influências benéficas e também outras que podem existir e que têm de ser analisadas pelo Plenário. Acho que é um Projeto que nós vamos aprovar, até porque acredito que algumas comunidades já solicitaram a esta Casa que aprove o Projeto, que é importante. Eu sempre fui muito sensível ao apelo das comunidades. Só que nós temos uma responsabilidade para defender os direitos dessa comunidade de ser mais bem atendida pelos projetos que são aprovados nesta Casa. Então, Ver. Pedro Américo Leal, simplesmente “vamos votar na corrida o Urbanizador Social e, depois, vamos ver o que nós vamos fazer”. Não pode ser assim! Eu acho que vamos apressar a nossa apreciação sobre o Projeto, que é importante, que é o Urbanizador Social e que está na pauta para ser votado. Vamos todos nós ter a responsabilidade de estudar mais este Projeto, porque nós temos, diariamente, de estudar dezenas de projetos. Então, ninguém pode dizer que eu deveria ter estudado isso aqui. Não, eu devo estudar todos eles, mas eu não consigo. E duvido que tenha um só Vereador neste plenário aqui que estude todos os projetos que estão aí tramitando. Se tiver um, eu vou questioná-lo, porque acredito que ele realmente não exista em nenhum Parlamento.

Então, este é um Projeto importante, as comunidades já disseram da sua importância, e nós devemos votar. Mas devemos votar quando tivermos plena consciência dos seus efeitos. Aí nós devemos votar. Então, eu sou contrário primeiramente a que este Projeto do Urbanizador Social esteja aqui. Eu disse, inclusive, para o Ver. Marcelo Danéris que, se a Liderança da oposição, que hoje está sendo exercida pelo Ver. Reginaldo Pujol, chegar a um consenso, juntamente com todos os Vereadores de oposição, de que temos de votar o Urbanizador, eu não vou ser oposição, mas faço questão de dizer da minha contrariedade em votarmos hoje o Projeto do Urbanizador Social. Agora, há uma Moção aqui que não pode deixar de ser votada, que é a Moção da VARIG; esta Moção tem de ser votada, porque diz respeito ao orgulho dos gaúchos, e ela tem de ser bem discutida.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Essa Moção tem que ser a primeira para mim, e o Requerimento que diz que ela tem que ser a primeira é o Requerimento que eu quero, também, endossar, e dizer que é esse Requerimento que aprovo. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz deseja trocar seu voto.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu troco para “não” o meu voto.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz troca seu voto de “sim” para “não”. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM, 04 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris, que solicita destaque do parágrafo 1.º da Emenda n.º 04 do PLE n.º 079/02. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Sr. Presidente, levantei a mão e espero que não tenha sido agressivo com V. Ex.ª, mas levantei a mão pedindo a atenção de V. Excelência.

Gostaria de encaminhar um Requerimento, Sr. Presidente, para que a discussão desse Projeto seja adiada por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Já há um Requerimento nesse sentido, de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

Submeto à consideração do Plenário, contrariado, sim, porque coloquei em discussão, e havia um Requerimento de adiamento do Ver. Haroldo de Souza. O Ver. Wilton Araújo queria fazer a mesma coisa.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, solicitando adiamento da discussão do PLE n.º 079/02 por duas Sessões. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento, para dizer se concorda ou não com o adiamento da discussão do PLE n.º 079/02 por duas Sessões.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª é um homem que orgulha todos nós por estar na Presidência da Casa, mas V. Ex.ª, como qualquer um de nós, pode cometer enganos, e V. Ex.ª, quando colocou o Projeto em votação – talvez não tenha observado, já que são muitos os papéis que ficam em cima da mesa -, não viu que havia um Requerimento, assinado pelo Ver. Haroldo de Souza, pedindo adiamento.

Ver. João Antonio Dib, eu acredito que V. Ex.ª, com toda a sua experiência, vai-me dar razão, pois, com relação a um Projeto importante como este do Urbanizador Social, seria um descrédito para esta Casa se ele fosse votado sem nenhuma discussão, como se, de repente, ele passasse por este Legislativo e nós votássemos como se não tivéssemos uma responsabilidade maior com o conjunto de toda a sociedade. Eu penso que o que o Ver. Haroldo de Souza está solicitando, o adiamento por duas Sessões, é exatamente para dar o tempo necessário, que todos os Vereadores desta Casa precisam, para poder dirimir dúvidas que possam existir ainda com relação ao Projeto. E aí me disseram o seguinte, Ver. Haroldo de Souza: “O Projeto já recebeu inúmeras emendas por parte dos Vereadores da oposição, e o Governo concordou com todas elas.” Mas eu, na verdade, não tenho esta certeza, porque as emendas que são aprovadas aqui, quantas e quantas vezes, depois de passar por aqui, foram vetadas pelo Executivo e eu não tenho mais com quem discutir, a não ser, depois, tentar derrubar um Veto, aqui, em nossa Câmara Municipal.

Então, eu acredito que este Projeto só pode ser votado depois, Ver. Isaac Ainhorn, que nós tivermos algum tempo, pelo menos, para esclarecer essas dúvidas finais. Eu sei que há algumas comunidades que estão aqui presentes, há algumas pessoas importantes da comunidade que estão aqui presentes e que conhecem muito bem a matéria. Só que eu conheço, por exemplo, outras pessoas da comunidade que eu quero consultar, assim como os outros Vereadores aqui deste plenário, também, com certeza absoluta, vão querer falar com as outras lideranças comunitárias.

Ver. Juarez Pinheiro, eu sei que o Governo tem pressa de votar esta matéria, que gostaria que ela fosse votada com urgência, mas, se nós perdermos duas Sessões, como é o que está pedindo o Ver. Haroldo de Souza, nós não vamos cometer nenhum atraso para o Governo e para as comunidades com relação a algum interesse que possa haver na aprovação deste Projeto.

E, quem sabe, Ver. Pedro Américo Leal, com estas duas Sessões, nós não vamos conseguir fazer com que este Projeto saia melhor aqui da Casa do que se o votarmos de maneira atropelada no dia de hoje?

Por isso, eu peço aos Srs. Vereadores que, por favor, aceitem este Requerimento do Ver. Haroldo de Souza e adiem a discussão por duas Sessões para que nós possamos votar com mais consciência e, de repente, trazendo um melhor aproveitamento do Projeto para as comunidades em geral. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregôo a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 1 ao PLE n.º 079/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Lê.) “Substitui, na Emenda n.º 1, na proposta de redação ao art. 2.º, as expressões ‘de forma subsidiária ao’ pelas expressões ‘em parceria com o’”.

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza,que solicita adiamento da discussão do PLE n.º 079/02 por duas Sessões.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acaba de ser apregoada, pelo Líder da Bancada governista da Casa, uma nova Emenda ao Projeto. Sabiamente, o Ver. Haroldo de Souza propõe Requerimento para adiamento da discussão deste Projeto. Digo sabiamente, porque é um Projeto que traz muitas alterações, é um processo que vai entrar fundo nas questões da habitação e da terra na cidade de Porto Alegre, é um processo sobre o qual nós já nos debruçamos, apresentamos duas Emendas, mas é um processo que ainda está numa fase em que precisa receber sugestões, precisa ser bem analisado, e, como nós vimos, a própria Liderança da situação na Casa apresenta Emenda. Não consegui entender bem o significado total só na apregoação do Sr. Presidente. Há necessidade, sim, de que se vejam quais são as alterações e quais os reflexos dessas alterações de Emenda colocada, agora, neste exato momento. Veja bem! O processo legislativo tem as suas características, e há permissão, dentro desse processo, para que se coloquem emendas assim. Não é sobre isso que me estou insurgindo, mas é sobre a falta de tempo que terá a Casa para analisar as emendas assim colocadas. Se há... Nós acreditamos que seja um Projeto importantíssimo para a Cidade. Certamente, nem o Executivo sonha que ele esteja pleno, completo e que não precise sofrer emendas, senão não teria colocado o seu Líder a fazê-las neste último momento. Será que esta última Emenda, que nós estamos, aqui, discutindo, Ver. Haroldo de Souza, não vai trocar todo o sentido daquilo que nós estudamos até o momento? Em cima de Projetos desta natureza, desta magnitude, desta profundidade, nós temos de ter cautela, sim, Ver. Luiz Braz. A cautela é benéfica para a Cidade. A Cidade vai ganhar com ela. A Cidade vai restabelecer, depois de um estudo das emendas que entraram hoje, vai, quem sabe, formular novas emendas ou contrapô-las, enfim, esse é o processo. A dinâmica do processo, Ver. Pedro Américo Leal, do Legislativo é essa, e é muito sábia, só que o Projeto é de profundidade, e há que se ter tempo.

O Ver. Haroldo de Souza tem e vai ter o nosso apoio, o apoio do PPS, para que seja adiada a discussão, e não são muitas as Sessões, são poucas, mas que vão nos dar tempo de amadurecer as recém-chegadas Emendas e outras transformações, e há outras pessoas da comunidade que nos procuraram recentemente e que também querem sugerir idéias para melhorar, inclusive pessoas de cooperativas que estão contempladas no seio do processo.

Então eu gostaria que os Srs. Vereadores, analisado o Requerimento do Ver. Haroldo de Souza, dessem à Casa, a si mesmos e à Cidade, por conseqüência, o tempo necessário para que esse Projeto seja, sim, votado, aprovado, emendado, enfim, colocado de forma com que a Cidade, a população de Porto Alegre possa se sentir, mais uma vez, contemplada com o resultado de uma Lei desta Casa. Sábia decisão, Ver. Haroldo de Souza, nós a apoiamos in totum.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Haroldo de Souza que solicita o adiamento da discussão por duas Sessões do PLE n.º 079/02.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto é atinente a um setor muito importante, e, por isso, os partidos da situação estão muito interessados, ele se refere ao setor social. Mas eu creio que, devido a divergências que ocorreram nas próprias Bancadas das oposições, nós devemos pensar. Porque as emendas estão entrando agora! Entraram emendas agora. Não vejo por que votarmos isso de supetão; não vejo. Penso, pois, que deve ficar isso para a semana que vem, e eu aprovo o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza para que nós pensemos e examinemos a matéria com muito mais cuidado, mesmo porque estamos recebendo emendas neste momento. E desconhecemos quais são as Emendas. V. Ex.ªs conhecem as Emendas? Esta é uma opinião pessoal, pessoal minha, não da minha Bancada. De modo que a minha recomendação é para que esperemos e votemos isso na semana que vem.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada por vários Vereadores, o Requerimento de adiamento da discussão do PLE n.º 079/02 por duas Sessões. (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 07 SIM, 14 votos NÃO.

Rejeitado o Requerimento, portanto está em discussão o PLE n.º 079/02, que institui o Urbanizador Social.

 

O SR. BETO MOESCH: Infelizmente eu votei errado, só para constar nos autos que eu votaria “não” e votei “sim”. Desculpem.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3685/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 079/02, que regulamenta os § § 3.° e 4.° do artigo 76 da Lei Complementar n.° 434/99, dispondo sobre a parceria da Administração Municipal com os empreendedores considerados urbanizadores sociais. Com Emendas n.os 01 a 12.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.° 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.° 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 01 e 02.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 29-05-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, finalmente inicia-se a discussão sobre a Lei que regulamenta os parágrafos 3.º e 4.º do art. 76, da Lei Complementar n.º 434/99, que dispõe sobre a parceria da Administração Municipal e os empreendedores, considerados urbanizadores sociais. Esta matéria, que foi examinada pelas Comissões, já esteve na minha mão, eu tive a oportunidade de prolatar o Parecer que mereceu aprovação da Comissão de Constituição e Justiça, com o voto do Ver. Luiz Braz oferecendo restrições ao Parecer, uma vez que esse era muito amplo e se estendia por algumas folhas.

Eu acredito ser importante, na hora em que se discute e na iminência de ser votada a matéria, que se reafirmem alguns dos conceitos ali colocados.

Na folha 36, os Srs. Vereadores encontrarão o seguinte Relatório: (Lê o Relatório.) “Preliminarmente deve ser salientado que o Projeto é impreciso na exposição dos seus conceitos, que, em alguns momentos, chegam a conflitar com a Exposição de Motivos em anexo, o que tornam vagas ou confusas as normas que deveriam vir para simplificar na Lei Complementar n.º 434/99. Unanimemente tida como demasiada ou complexa.

Cabe dizer também que os parágrafos, objetos da regulamentação proposta ao Projeto de Lei, não estão entre aqueles listados pelo art. 161 da Lei Complementar n.º 434/99, como segue: Art. 161 - Ficam deferidos os seguintes prazos para elaboração de Projetos e regulamentações a partir da publicação desta Lei. 1) Cento e oitenta dias para regulamentar o disposto nos § 2.º e 3.º do art. 32. 2) Cento e oitenta dias para definição dos limites das áreas e lugares de interesse cultural previstos no § 2.º do art. 86. 3) Doze meses para reestruturação da Secretaria de Planejamento Municipal - SPM. 4) Dezoito meses para implantar o sistema de informações com acesso do Poder Legislativo com sistema on-line. 5) Doze meses para compatibilizar a Lei de Licença Ambiental e os parâmetros dos Projetos Especiais. 6) Cento e vinte dias após o encaminhamento do pedido pelos moradores para iniciar Projeto de regularização das ocupações existentes, com anterioridade à data de 15 de fevereiro de 1999, situado no Beco Cecília Monza e adjacências, na forma da IS. 7) Cento e oitenta dias para definir o Regime Urbanístico para área do Estaleiro Só.” Fato, este, atendido.

Os dispositivos que se pretende regular, no atual Projeto de Lei, falam das áreas especiais - e eu não vou tomar o tempo dos senhores com a leitura, porque os senhores conhecem. Então, eu afirmo o seguinte: como se percebe, o texto do art. 1.º do Projeto de Lei n.º 7902 é praticamente o mesmo do § 3.º do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, e o art. 3.º do Projeto praticamente repete o § 4.º do art. 76 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental.

Na verdade, o art. 3.º vai um pouco além do dito no Plano Diretor e diz que “o urbanizador social deveria ter interesse em desenvolver parceria visando à produção de habitação de interesse social”. Um dos grandes problemas do Projeto de Lei é que, graças à imprecisão do Projeto, há uma certa inversão na ordem dos fatores, pois, segundo o disposto no art. 5.º, as áreas destinadas à atuação do urbanizador social, as áreas especiais de interesse social, não estando previamente definidas como tal pelo Município antes da manifestação do interessado; no caso, pelo urbanizador social. Pelo que se vê, no mencionado art. 5.º, só depois de vistoriada a área, conforme alínea a, emitido parecer dando como conta do interesse do Município, analisadas as planilhas de custo e o perfil social e econômico do futuro adquirente, restringidas as garantias do art. 147 do PDDUA, priorizada a aprovação de empreendimento, possibilitada a urbanização parcial ou progressiva do empreendimento, conforme alínea f, é que a área será gravada como área de utilização social.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, nobre Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, como eu não tenho mais tempo, vou apenas concluir. A nossa análise é muito mais ampla, e a nossa conclusão é que, como Relator, nós pediríamos aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça, reservando-nos, contudo, o direito de, no mérito, melhor expressar nossas contrariedades e ainda apresentar a Emenda anexa, que já tem o objetivo de clarear a definição de urbanização social, a qual, como já foi dito, é confusa e imprecisa. Essa Emenda existe, vai receber uma Subemenda por parte da Bancada do Partido dos Trabalhadores, e, pelo menos nesse particular, eu fico tranqüilo de que alcancei algum objetivo. No resto, Sr. Presidente, muito teria a ser discutido sobre essa matéria.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o processo democrático é lindo nesta Casa. E nós agora iniciamos a discussão do Projeto de Lei do urbanizador social.

Esse Projeto que vem à Casa traz, em seu bojo, a intenção de facilitar, de alguma forma, a realização de habitação, da construção, para aquelas áreas onde haja carência, dificuldade, desinteresse, falta de vontade, etc., onde os grandes incorporadores não atuam, onde as grandes empresas não têm interesse.

Não é de hoje, nós conhecemos, há tempo, porque, como Secretário de Obras, no período do ex-Prefeito e agora Deputado Federal Alceu Collares, passamos por muitas experiências e identificamos. Há muitas áreas de Porto Alegre, notadamente na periferia, com pessoas que se achavam com o direito de urbanizar glebas de terras, onde, muitas vezes, sequer a documentação da própria gleba estava registrada em cartório, Ver. Elói Guimarães. Quantas vezes deparamo-nos com empreendedores que burlavam as mais comezinhas regras de urbanização? Certamente temos áreas, Ver. Zé Valdir, nesta Cidade, que são ricas nessas experiências. Há a experiência, por exemplo, lá da Lomba do Pinheiro, que é uma área onde há muitos urbanizadores, entre aspas, porque não cumprem, absolutamente, nenhuma lei; abrem lá as suas ruas, dentro de gleba, deles ou de terceiros, e começam a vender, não colocam a infra-estrutura necessária para que as pessoas possam habitar lá.

Havia também - e aí nós conhecemos e identificamos muitos, ao longo desse tempo - os que recebiam o seu dinheiro pela venda do lote, que era só apelido para aquilo, e aí sem nem um tipo de preocupação com a infra-estrutura. Não havia água, muitas vezes, Ver. Beto Moesch, não havia pavimentação, Ver. Beto Moesch, não havia rede elétrica; iluminação pública, então, nem se fala. O que nós vimos, sentimos e conhecemos é um “bando” de pessoas que se locupletavam com a venda dessas terras. A legislação hoje prevê - e ela é rigorosa, ela é rígida - que se tenha de colocar muitas coisas.

Há que se discutir, aqui, também, porque os urbanizadores normais - aqueles que fazem em outras áreas da Cidade - levam, por exemplo, e essa é outra dificuldade, três, quatro, cinco anos para ver aprovados os seus projetos de urbanização. Será que é a infra-estrutura existente na Prefeitura de hoje que faz com que esses empreendedores não tenham condições de previsão de quando concluirão a aprovação um projeto?

Estamos, hoje, Sr. Presidente, vendo um processo que será simplificado, vamos dizer assim. Não sei se, com esses poucos cuidados, não beneficiaremos aqueles outros empreendedores - entre aspas, dessa vez - que produzirão coisas não boas para a cidade de Porto Alegre. Tomara que não.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, Presidente desta Casa, Ver. Pedro Américo Leal, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, Ver. Wilton Araújo, eu estava ouvindo V. Ex.ª e eu quero que saiba que a única tranqüilidade que eu ainda tenho, ou o que me tranqüiliza, pelo menos um pouco, com relação a este Projeto, é que o COMATHAB estudou o Projeto - e eu estive, na semana passada, visitando o COMATHAB -, e, de acordo com seus integrantes, são partidários de que o Projeto tem de ser aprovado.

Agora, Ver. Sebastião Melo, faço um desafio - não é em detrimento desta Casa, pois ela trabalha bastante, trabalha muito, todos seus Vereadores, não posso criticar nenhum e nem tenho essa condição, não quero me arvorar em árbitro dos Srs. Vereadores -, Ver. Pedro Américo Leal, aos Vereadores que neste Plenário conhecem com profundidade essa matéria, aqui, que foram realmente estudar, que sabem os malefícios ou os benefícios que esse urbanizador social poderá trazer. Ou será que, de repente, tudo isso está sendo feito apenas, Ver. Elói Guimarães, para que o Município possa atrair mais alguns recursos? Se for só isso, realmente é muito perigoso, porque nós vamos colocar toda nossa Cidade, que tem vários problemas habitacionais, que não estão só concentrados nas áreas especiais, mas também em outras áreas, e que esses problemas, de repente, vão ser resolvidos, entre aspas, talvez, pela aprovação deste Projeto.

Eu tenho lá as minhas dúvidas se, com a aprovação deste Projeto, vamos melhorar a situação das pessoas que precisam ver as suas áreas urbanizadas, ou, se o conjunto da Cidade não vai sofrer com tudo isso, Ver. Elói Guimarães.

Eu tenho uma preocupação, por exemplo, com a estrutura geral que temos hoje na Cidade: encanamento, rede elétrica, tudo aquilo que serve ao conjunto de toda sociedade. Até que ponto essa urbanização, um tanto quanto sem muitas regras definidas pelo Governo, trará conseqüências? Mas eu acredito que, mais aqui, com concessões que serão dadas para esse ou para aquele e com a possibilidade de atrair esse ou aquele recurso, o quanto essas comunidades sofrerão. E aí, eu vou ouvir aqui, Vereador Elói Guimarães - e eu espero que não chegue a esse ponto -: “Ah, mas que pena!” E aí esta Casa vai, realmente, colocar a mão na consciência e dizer: “Mas nós votamos aquele Projeto sem conhecimento!” E é o que está acontecendo aqui hoje.

E eu havia falado com o Ver. Juarez Pinheiro, o mal hoje não é a aprovação; o mal, hoje, é aprovar sem conhecimento. E eu estou dizendo, eu quero que alguém, ou pelo menos que os Vereadores aqui deste Plenário, venham aqui e expliquem todas as regras do urbanizador social. Não há! São raríssimos aqueles que têm um conhecimento geral a respeito deste Projeto do urbanizador social. Aí, vai-se aprovar a coisa, hoje, aqui, simplesmente porque há um acordo feito com a Bancada do PT de que vai aprovar e pronto, com os votos da oposição.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, a primeira preliminar que eu quero levantar neste debate, Ver. Reginaldo Pujol, eu quero fazer um apelo a V. Ex.ª , que é um homem de bom senso: não se vota um Projeto dessa envergadura sem um debate aprofundado! Para esta matéria foi pedido o art. 81, Ver. Elói Guimarães. Este Projeto entrou aqui no final do ano de 2002. Este é um Projeto que regulamenta artigos do Plano Diretor desta Cidade. A nossa Bancada, Ver. Juarez Pinheiro, não tem uma posição sobre este Projeto. Eu gostaria que nós pudéssemos... Inclusive hoje nós debatemos, anteontem debatemos, parte da oposição debateu essa matéria.

Ver. Isaac Ainhorn, eu quero aqui fazer uma proposta: vamos votar essa questão na semana que vem, porque hoje não dá para votar; não tem como votar essa matéria hoje, Ver. Wilton Araújo. Este Projeto é uma carta de boas intenções e merece a nossa apreciação. Não houve uma audiência pública dessa matéria, veio o art. 81 e, de uma hora para outra, querem votar? Não. Eu quero fazer um apelo aqui para que possamos redesenhar esse debate.

 

O Sr. Marcelo Danéris: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, como o senhor mesmo disse, este Projeto está aqui protocolado na Câmara desde o ano passado, ele passou por três Comissões, Ver. Elói Guimarães, pela Comissão de Constituição e Justiça, pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, pela Comissão de Finanças e recebeu Emendas, apesar de não ter passado por conta do art. 81, da Comissão de Saúde e Meio Ambiente por parte do seu Presidente, Ver. Beto Moesch, que pediu mais uma semana para que pudesse analisar. Nós temos doze Emendas da oposição, que estão plenamente aceitas; a única Subemenda que entrou hoje foi deste Vereador, para ajustar uma palavra, apenas isso.

É um Projeto importante para a Cidade, não é polêmico, ele envolve convênios e estimula a iniciativa privada para a habitação popular, por isso a vontade de votarmos este Projeto, hoje, com o devido processo. No ano passado nós tivemos dois seminários públicos promovidos pela CUTHAB para tratar desse tema, inclusive também pela COMATHAB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Marcelo Danéris, acho que tudo tem o seu tempo. Por exemplo, eu sou autor de um Projeto que muda o Plano Diretor no seu art. 155. O Projeto percorreu todas as Comissões e vai entrar na pauta na segunda-feira. Eu fiz questão de acompanhar, falei com o Ver. Zé Valdir, falei com o Ver. Juarez Pinheiro, e tenho quase certeza de que se tentarmos colocar para votar este Projeto, alguém há de dizer: “Só um minutinho, nós estamos revisando o Plano Diretor, não é bem assim”; aí vem o Executivo, e para eles há uma outra lógica. Então, acho que devemos casar esse debate. Ver. Reginaldo Pujol, que lidera a oposição neste momento, nós temos que acertar o que vamos votar, Ver. Wilton Araújo: na segunda, quarta e quinta-feira da semana que vem. Os projetos de Vereadores ou os projetos do Executivo; este Projeto tem que estar dentro de um contexto, mas não se pode votar aqui somente os projetos do Executivo. Existem projetos consistentes nesta Casa e há Vereadores que querem que se votem esses projetos. Acho que temos de construir de forma coletiva uma agenda positiva, mas não dá para votar este Projeto isoladamente. Esta é a nossa posição tranqüila. Queremos ajudar a construir, não queremos destruir, até porque, Sr. Presidente, envolve cooperativas, e acho que cooperativas são uma questão muito importante para a cidadania, sejam elas nas mais diversas áreas, sejam habitacionais, prestadoras de serviços, portanto merecem desta Casa a atenção...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Sebastião Melo, o tempo de V. Ex.ª se encerra. O Ver. Ervino Besson cede seu tempo a V. Ex.ª, que continua com a palavra para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Ervino Besson, pela cedência do tempo. Portanto achamos, Ver. Elói Guimarães, que é preciso analisar este Projeto com mais profundidade, mas em um contexto.

Eu gostaria, Ver. Luiz Braz, por exemplo, de ouvir aqui, quem sabe na terça-feira, nas reuniões de Comissões - poderíamos fazer uma reunião conjunta ou somente da CUTHAB -, especialmente o Secretário Vieira, que é uma figura magnífica; ouvir aqui a arquiteta Inês, que é outra figura que conhece muito essa área urbana; o Secretário Guilherme Barbosa; acho que eles poderão fazer uma explanação para contribuir. Há aqui uma falta de informações. Li atentamente este Projeto, acho que ele é uma carta de intenções positiva, Ver.ª Maristela Maffei, mas ele não tem o amadurecimento, neste momento, nesta hora, para a sua votação.

 

A Sra. Maristela Maffei: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de agradecer pelo aparte, Vereador, e dizer que, desde o Plano Diretor, nós todos nesta Casa construímos, inclusive para que o urbanizador social estivesse integrado neste conjunto. No ano passado fui Presidenta da CUTHAB e fizemos um seminário em que tivemos o SINDUSCON, o IAB, a Universidade Federal, a Ritter dos Reis, tivemos aqui as cooperativas de Porto Alegre e todos Vereadores foram convidados a participar, inclusive vários Vereadores desta Casa que mostraram interesse estiveram junto conosco. Debatemos profundamente, encaminhamos no início deste semestre e com certeza todos tiveram acesso, e V. Ex.ª mesmo disse que tem conhecimento.

Portanto, as cooperativas, os segmentos e o próprio COMATHAB tiveram essa discussão até para que chegássemos aqui já acordados, no sentido de ouvir todas as parcerias e os segmentos dos vários Partidos que compõem esta Casa. Então, estamos muito tranqüilos, porque a sociedade debateu e ela está disposta e ansiosa para que esta Casa vote de uma vez. Por isso a pressa, e a responsabilidade que esta Casa tem; e nós acreditamos que podemos votar ainda hoje, inclusive com sua ciência e com o seu voto. Obrigada pelo aparte.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ex.mo Ver. Sebastião Melo, queria relembrar, como Vice-Presidente da CUTHAB, o seu trabalho tão importante e as demandas que nós encontramos na Cidade. Fui auxiliado de forma operosa por V. Ex.ª em tantos despejos e reintegrações de posses. Nós acreditamos, e é um assunto bastante analisado pela Casa, que ele tem uma relevância social muito grande; é uma discussão já antiga na Casa. Esperamos, então, o apoio e a celeridade nessa votação, para que talvez nós ainda consigamos resolver alguns problemas emergenciais com a agilização do urbanizador social na Capital.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Raul Carrion e Ver.ª Maristela Maffei, que me merecem o maior respeito, a questão não é essa. A questão é que esta Casa não pode ser subjugada ao Poder Executivo dessa forma. Nesta semana, Ver. Elói Guimarães, se votou um Projeto do Executivo. E nós tentamos discutir uma agenda para dizer: “Afinal de contas, mais um Projeto do Executivo, e os projetos dos Vereadores?” O que eu estou dizendo é que estamos hoje, às 18h20min, discutindo um Projeto que tem várias Emendas. O que eu estou propondo, com muita clareza, é que a gente possa, as Lideranças de Bancada ou o conjunto desta Casa, elaborar o seguinte: vamos votar dois, vamos votar três, vamos votar quatro projetos na segunda, na quarta e na quinta-feira, Ver. Cassiá Carpes? Essa é a questão que nós estamos propondo. Nós não estamos dizendo: “Não vamos votar o Projeto.” Mas nós estamos dizendo que nós queremos construir, de forma coletiva, uma agenda positiva, que não pode ser só do Executivo, que tem toda a legitimidade para postular as suas votações. Mas legitimidade também tem esta Casa, por seus Vereadores. Ouvi o Ver. Luiz Braz dizendo: “Olha, eu tenho interesse em votar o Projeto”; outros Vereadores disseram isso também. Então, vamos fazer uma agenda positiva para a semana vindoura e vamos votar, dentro desse contexto. Então, nós achamos que não deveremos votar este Projeto hoje, nesta Sessão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto, que tem uma conotação social reguladora de situações irregularizáveis, por assim dizer, por implicações as mais diferentes, possui uma finalidade boa, porque todo o munícipe, morador da Cidade quer ver a sua área, a sua vila, o seu terreno, a sua habitação, dentro dos parâmetros formais, devidamente legalizado, urbanizado, juridicamente resolvido. Se examinarmos a origem desse Projeto, veremos que, ao longo do tempo, não se observou o velho Decreto-Lei, o Decreto-Lei n.º 058, que estabelecia as normas dentro das quais se deveriam fazer os loteamentos. Aí, loteadores, muitos deles especuladores, outros nem tanto, mas que possuíam uma determinada gleba, “à moda miguelão” – uma velha expressão incorporada à nossa cultura -, começaram a abrir uma rua: chega ali, mede, coloca umas balizas, coloca uma casa, e por aí se foi. Afinal, se constituiu essa série de habitações, Ver. Pedro Américo Leal, fora de todos os parâmetros; inclusive, na maioria, não se encontram nem os títulos da propriedade, quando muito um contrato de promessa de compra e venda, nem registro no Registro de Imóveis, porque a área não foi discriminada por lote, por área, não há projeto, não há nada. Ali naquelas áreas, existe um conglomerado habitacional com todas as implicações. Muito bem, arrumar isso, regularizar isso é bom? É bom, não há discussão nesse aspecto. Não há discussão quanto à finalidade da matéria. A questão que fica, Sr. Presidente e Srs. Vereadores - e aqui muitos Vereadores já trabalharam neste sentido -, é algum tempo mais para que se possa aprofundar esta discussão, porque temos situações muito complexas, inclusive as de áreas da Cidade, vejam bem, onde não se poderia construir, áreas da cidade de Porto Alegre que, afinal, foram urbanizadas, foram formalizadas e legalizadas onde não se poderia construir. Muitas delas, se bem examinadas, estão matando gente quando dá uma enxurrada, porque não têm condições, porque construídas em terrenos, em topografias, absolutamente incompatíveis. Mas estão ali, em verdadeiras várzeas. Sabem que Porto Alegre tem várzeas? Há campos e várzeas. Muito bem, então eu acho que o Projeto vai ser aprovado. Só que o que nós achamos é que poderíamos ter um tempo, não muito longo, curto é bem verdade, para aprovar este Projeto. Ele tem a finalidade boa: ele vai trabalhar numa série de segmentos, no sentido de regularizar essas irregularidades. Mas nós precisaríamos detectar algumas questões ainda não muito bem iluminadas no texto do Projeto.

Então, o melhor caminho, a melhor política é nós votarmos, talvez, na semana que vem, dando uns dois, três dias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart, para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a esta tribuna pela importância que tem este Projeto. Certamente, ao flexibilizarem-se as regras que há hoje tanto em nível federal quanto em nível estadual e municipal, foi trilhado o caminho para que, em um momento da Legislação Municipal, se pudesse facilitar a realização de loteamentos ditos sociais.

Há aqui a caracterização desses loteadores sociais, na qual há... E nós colocamos Emendas, porque achamos interessante a participação e a identificação na Lei, no texto legal, das cooperativas, por exemplo, que estão aí colocadas para que seja possível realizar o loteamento. Preocupa-nos, sim, a intenção do Poder Público Municipal, na verdade, do Executivo, quando tenta - e aí está a denúncia -, por meio de uma legislação específica para esses loteamentos que não têm estrutura, que foram deixados acontecer sem estrutura. Por quê? Porque a estrutura da Prefeitura Municipal de fiscalização de loteamentos clandestinos, de picaretas da Lomba do Pinheiro, por exemplo, que estão lá, venderam e não colocaram a estrutura necessária para os compradores... É isso que o Executivo Municipal deveria fazer: aumentar a sua estrutura, já que deixou, fez “olho branco” para esses picaretas, deixou eles estabelecerem, ganharem dinheiro à custa de pobres cidadãos que não têm a consciência de que estão comprando algo que não tem nem registro!

Então, veja bem, o Ver. Elói Guimarães coloca aqui, com muita propriedade que, nessas questões aí, onde o dinheiro corre com facilidade, a Prefeitura faz “vistas grossas” para que loteadores sem condições se estabeleçam, vendam os seus lotes, construam casas. Bem-vindo o Projeto que flexibiliza, Ver. Sebastião Melo! Mas, será que não é para “tapar o sol com a peneira”, para tentar regularizar essas barbaridades já colocadas, já estabelecidas? Ou será que é, Ver. Sebastião Melo, para ocultar a incapacidade administrativa, porque todos os loteadores, não só os sociais, deveriam ter um tratamento eqüalizado, eficiente da estrutura municipal para que se pudesse liberar, aprovar loteamentos com infra-estrutura necessária?

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Wilton Araújo, eu acho que é muito oportuna, por exemplo, essa questão do urbanizador social. Eu estava analisando o Projeto, até pode haver algumas penalidades, mas eu lembro, por exemplo, o Shopping Cristal. O cidadão não fez e ficou por isso mesmo.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Pois é. Onde é que foi parar isso?

 

O Sr. Sebastião Melo: Acho que é o momento de nós colocarmos essa questão aqui.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Boa lembrança.

 

O Sr. Sebastião Melo: Essa questão tem um link, porque ficou de fazer, não fez, ficou por isso mesmo, quer dizer, eu acho que tem link com esse debate, não é?

 

O SR. WILTON ARAÚJO: É, foram levadas dali várias famílias. Onde estão? Onde estão essas famílias? E o empreendedor, qual foi a multa dele? Realmente, V. Ex.ª traz à colação um assunto interessante de ser discutido aqui. Onde é que estão todos esses loteamentos, transferências e remoções que a Prefeitura fez? Qual é a infra-estrutura que a Prefeitura deu? A Prefeitura não é um urbanizador social. Não é, porque, se nós virmos as estruturas da Zona Sul, por exemplo... Em vários locais da Cidade, não há estrutura nenhuma, Ver. Cláudio Sebenelo, e foi a Prefeitura que levou para lá. Ela está delegando para outros aquilo o que não sabe, o que não faz. Ora, a incompetência está aqui caracterizada, para dizer o mínimo, Ver. Cláudio Sebenelo. Não é só a incompetência que está por trás disso aí, há mais coisas, é verdade, Ver. Sebenelo, concordo com V. Ex.ª, mas, no mínimo, é incompetência.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Informo à Casa que há um Requerimento, de autoria do Ver. Sebastião Melo, solicitando o adiamento da discussão por uma Sessão do PLE n.º 079/02.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE n.º 079/02.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, durante algum tempo aqui, nesta Casa, discutiu-se a capacidade de a Prefeitura Municipal de Porto Alegre fazer empreendimentos desta ordem ou regularizar, ou reestudar as questões voltadas ao problema da moradia na cidade de Porto Alegre, e um dos maiores atestados, eu discordo do Ver. Wilton Araújo, eu acho que não é tanta incompetência assim, porque eu fiz parte de uma Comissão Especial para estudar o DEMHAB – habitação – e uma certa transação que houve em um conjunto residencial chamado Jardim Leopoldina II, um mil e noventa e oito apartamentos ocupados que se tentou regularizar. Mas, depois, nós fomos ver que havia...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, não é o tema que está em discussão, neste momento.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu vou chegar lá, acho que eu consigo chegar lá. Pois havia mil apartamentos. A avaliação desses apartamentos foi paga duas vezes mais do que o valor, isto é, o DEMHAB comprou dois conjuntos residenciais, e é evidente, então, que a tentativa foi abrir-se uma CPI, que depois, por esses motivos que nós sabemos, virou em “pizza”.

Eu quero falar exatamente da continuação daquilo que o senhor falava a respeito da política habitacional, onde o urbanizador social é a terceirização de um processo da Prefeitura e a sua incompetência. Pois quanto mais nós investirmos, em fim de administração, como está a Prefeitura Municipal, no “canto do cisne”, no ocaso da administração, nós vamos dar essa procuração para mais um shopping cristal. Vai dizer que não tem nada a ver, tem tudo a ver com este Processo e muito mais. Eu me lembro que o urbanizador social daria empregos, seria nacional e que é assim a forma do PT fazer a política de moradia. E hoje, pela proposta do urbanizador social, essa entrega que se faz, de uma forma muito interessante, muito próxima ao processo eleitoral e, mais ainda, dentro de uma estrutura de Plano Diretor, que abre esse caminho em busca de um urbanizador, em busca de mais empreendimento, em busca de dividendo e ganhos secundários tão próximos da eleição, nós diríamos que, mais uma vez, se esta Casa aprovar este Projeto, nós vamos ter muito do que nos arrepender, não em relação ao Projeto em si, mas com relação à história de quem está propondo. É uma história tremendamente conturbada e que está, extremamente, longe de uma política de moradia de que a Cidade necessita, quando os Vereadores do PT vêm aqui dizer que fizeram dez mil unidade, quando nós precisamos de duzentas mil unidades. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): (Após apuração nominal.) Há quórum.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar o Requerimento, de sua autoria, que solicita adiamento da discussão do PLE n.º 079/02 por uma Sessão.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Insigne Presidente, João Antonio Dib, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos aqui peleando para jogar esta decisão para a semana vindoura, Ver. Nereu D'Avila, que é a semana que antecede o recesso parlamentar. Acho que, em determinados momentos, esta Casa avançou, quando construiu agendas positivas. Recuos, avanços, isso é da vida parlamentar. Quando se aproxima, e isto já tem sido, Sr. Presidente, uma regra nesta Casa, o final do primeiro semestre e o final do ano, geralmente o Executivo – isto tem sido uma regra, portanto nós não estamos desassociados de ações anteriores, Ver. Cláudio Sebenelo – coloca os seus Projetos na Ordem do Dia, mesmo que estes Projetos não tenham passado por uma discussão mais aprofundada com o conjunto desta Casa e com a sociedade civil organizada. Eu quero dizer que não vi nos autos uma manifestação formal de entidades nem empresariais e nem da sociedade civil sobre este tema. Não vi. Confesso que não vi. Talvez possa ter havido alguma audiência, de que eu não tenha participado, pontualmente sobre esta matéria. Existem algumas coisas que eu disse, na tribuna, anteriormente, eu acho que ela é uma carta de boas intenções. Mas pergunto, por exemplo, Ver. Luiz Braz, já existe alguma manifestação de algum empreendedor?

Em segundo lugar: há alguma manifestação, Ver. Wilton Araújo, com o Ministério das Cidades sobre verbas para essa questão popular? Nós gostaríamos de saber disso.

Que bom que isso venha para Porto Alegre, inclusive em um ano eleitoral, eu acho ótimo isso. É bom que aconteça eleição todos os anos, porque nos anos eleitorais o Poder Público gasta mais inclusive. Nós queremos saber isso com clareza.

Eu não quero misturar Plano Diretor com esta discussão, Ver. Luiz Braz. “Vamos de vagar com o andor que o santo é de barro.” Plano Diretor é Plano Diretor, urbanizador é votação, constituição da Comissão, número de membros, vai ser “x”, vai ser “y”. Então, vamos devagar! Vamos construir isso no coletivo e no bom debate! E no bom debate!

Por isso estamos aqui apelando aos companheiros da oposição, desta brava e aguerrida oposição, e dizer que nós queremos o adiamento por uma Sessão, Ver. Wilton Araújo, deste feito, deste Projeto, para que possamos avaliar melhor e, inclusive, há um feriado pela frente.

Agora, eu gostaria de ouvir, eu não tive a oportunidade, eu sou daqueles que gostam de ouvir o Governo, e quando o Governo vem para a tribuna, eu sou ouvinte assíduo. Eu não ouvi o Governo manifestar suas intenções sobre este Projeto. Eu até pensei que fosse um Projeto secreto, ninguém fala! É um silêncio! É um silêncio sepulcral!

Eu gostaria de ver o Dr. Carlos Pestana, que é um especialista na área da habitação popular vir aqui dizer se vem dinheiro do Ministério das Cidades ou não vem para este Projeto! Existem alguns empreendedores inscritos ou não? Vamos fazer uma Emenda para poder também penalizar o empreendedor que ficou com o “filé” daquela área ali do Cristal e até hoje o Poder Público não fez nada! Mas há alguma coisa errada ali, porque aquela área não tinha índice, foi colocado índice nela, e alguém passou a perna em alguém aqui, entendeu?!

Portanto, Presidente, nós queremos sustentar aqui, com muita firmeza e tranqüilidade, que não dá para votar isso hoje. O bom senso nos manda dizer: “Vamos devagar. Vamos votar.”

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, nobre Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não houve tolerância; V. Ex.ª encerrou no tempo certo.

Apregôo duas Emendas que dispõem sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2003 e dá outras providências.

Emenda n.º 29: (Lê.) “Inclua-se, no Item I – Saúde, do Anexo III, do art. 17, o que segue: Meta: ‘Ampliação do horário de atendimento dos Postos de Saúde do Município.’ Ver. Raul Carrion.”

Emenda n.º 30: (Lê.) “Inclua-se, no Item I - Saúde, do Anexo III do art. 17, o que segue: Meta: ‘Ampliar e garantir a seleção, padronização e fornecimento de medicamentos adequados às necessidades dos cidadãos, usuários do Sistema Único de Saúde - SUS, incentivando a utilização de fitoterápicos’.”

Em votação nominal a prorrogação da Sessão por mais duas horas. São 18h50min. (Pausa.) Evidentemente que pode ser nominal.

Em votação nominal a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) 13 votos SIM e 01 voto NÃO.

Votaram quatorze Srs. Vereadores; são quinze com este Vereador, que não vota.

Não há quórum, mas se o Ver. Juarez Pinheiro desejar encaminhar qualquer...

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, eu havia pedido uma Questão de Ordem, era sobre a votação, lastimei que V. Ex.ª não ma tenha concedido.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu não poderia suspender a votação, não tinha como atender à Questão de Ordem de V. Ex.ª.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu abro mão então, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h52min.)

 

* * * * *